Transplante de fígado de porco em humano é feito na China

Transplante de fígado de porco em humano é feito na China

Transplante de fígado de porco geneticamente modificado foi realizado com sucesso em um paciente vivo na China, sinalizando um passo decisivo para reduzir a falta de órgãos humanos disponíveis.

Médicos da Universidade Médica de Anhui transplantaram, em março, parte de um fígado suíno alterado para um homem de 71 anos com cirrose causada por hepatite B e tumor hepático. O estudo, publicado em 9 de maio no Journal of Hepatology, descreve o procedimento como tecnicamente viável e potencialmente salvador em casos de emergência.

Transplante de fígado de porco em humano é feito na China

O animal doador passou por dez modificações genéticas: três genes foram removidos para diminuir rejeições, enquanto outros sete, de origem humana, foram inseridos para aprimorar a compatibilidade imunológica e a coagulação. Criado em ambiente livre de patógenos, o porco também foi submetido a rigorosos testes de biossegurança antes da doação.

Nos 31 primeiros dias, o enxerto funcionou sem intercorrências, produzindo bile, proteínas e fatores de coagulação. No 38º dia, porém, a equipe removeu o órgão devido a microangiopatia trombótica associada ao xenotransplante (xTMA) — complicação que entope vasos sanguíneos. Medicamentos e plasmaférese controlaram o quadro, mantendo o paciente estável por mais de cinco meses.

Apesar do acompanhamento, hemorragias gastrointestinais recorrentes causaram a morte do receptor 171 dias após a cirurgia. Mesmo assim, os autores defendem que o transplante auxiliar de fígado suíno pode servir como “ponte” até a regeneração hepática ou a chegada de um órgão humano compatível.

O resultado soma-se a avanços recentes na área. Em 2024, nos Estados Unidos, um rim de porco geneticamente modificado foi transplantado em um paciente de 62 anos, conduzido pelo brasileiro Leonardo Riella. Já em 2023, um pulmão suíno funcionou por nove dias em um receptor com morte encefálica, conforme relatório da revista Nature Medicine.

Especialistas consideram o experimento chinês um marco na compreensão das barreiras imunológicas e hematológicas dos xenotransplantes. A Organização Mundial da Saúde (OMS) ressalta que a escassez de doadores humanos continua crescente, o que torna técnicas alternativas cada vez mais urgentes.

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Imagem: Donenko Oleksii/Shutterstock

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