Trabalhadores sul-coreanos detidos nos EUA chegam a Seul

Trabalhadores sul-coreanos detidos nos EUA retornaram nesta sexta-feira (horário local) à Coreia do Sul após a maior operação migratória já registrada em uma planta da Hyundai, no estado da Geórgia. Mais de 300 cidadãos sul-coreanos desembarcaram no Aeroporto de Incheon, encerrando 24 horas de atraso provocadas por uma ordem da Casa Branca que avaliou possíveis permanências no país.

O voo fretado da Korean Air decolou de Atlanta ao meio-dia de quinta-feira e trouxe, além dos sul-coreanos, outros 14 estrangeiros detidos na mesma ação. Um único nacional decidiu permanecer nos Estados Unidos para solicitar residência permanente, segundo o Ministério das Relações Exteriores de Seul.

Trabalhadores sul-coreanos detidos nos EUA chegam a Seul

A presidência sul-coreana informou que o ex-chefe de Estado Donald Trump autorizou a retenção temporária para verificar se alguns trabalhadores aceitariam continuar no projeto e treinar mão de obra americana. A medida, no entanto, acirrou o clima diplomático, já que Seul injeta bilhões de dólares em fábricas norte-americanas.

No desembarque, repórteres e pequenos grupos de manifestantes exibiram cartazes comparando Trump a um agente de imigração. As autoridades orientaram a imprensa a borrar imagens dos repatriados, que deixaram o terminal em ônibus escoltados.

Na semana passada, agentes migratórios detiveram 475 pessoas — mais de 300 sul-coreanos — sob acusação de trabalho irregular no canteiro de baterias da Hyundai, um dos maiores investimentos estrangeiros na Geórgia. Algemados, os técnicos foram transferidos para centros de detenção, gerando protestos em Seul. O presidente Lee Jae Myung advertiu que empresas “pensarão duas vezes” antes de instalar fábricas nos EUA se o envio de especialistas deixar de ser permitido.

Em Washington, o chanceler Cho Hyun solicitou ao Congresso norte-americano a criação de um novo visto para profissionais de empresas coreanas. Já o CEO global da Hyundai, José Muñoz, estimou atraso de pelo menos dois meses na inauguração da unidade, que agora precisa contratar e treinar nova equipe.

A LG Energy Solution, parceira do projeto, afirmou que muitos detidos possuíam vistos diversos ou estavam amparados por programas de isenção. Relatos de funcionários apontam pânico durante a operação, que o governo dos EUA defendeu como cumprimento das leis de imigração. Em postagem recente, Trump reiterou que companhias estrangeiras devem priorizar mão de obra local, informou a BBC News.

O episódio evidencia as tensões entre políticas migratórias rígidas e a necessidade de mão de obra especializada. Para acompanhar desdobramentos sobre negócios globais e inovação, visite nossa editoria de notícias e siga informado.

Crédito da imagem: Reuters

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