Tornados no Brasil: onde surgem, danos e prevenção aparecem quando massas de ar quente e úmido colidem com correntes frias e secas, criando instabilidade capaz de gerar supercélulas — tempestades giratórias que podem produzir ventos acima de 180 km/h.
Embora mais frequentes nos Estados Unidos, os tornados no Brasil integram o “corredor sul-americano”, que também cobre Uruguai, Paraguai, norte da Argentina e parte da Bolívia. O relevo plano de diversas áreas, a umidade vinda da Amazônia e frentes frias dos Andes favorecem a formação desses funis de destruição.
Tornados no Brasil: onde surgem, danos e prevenção
Levantamento da Unicamp identificou 205 registros de tornados no país entre 1990 e 2010. Municípios paulistas, catarinenses e paranaenses lideram as ocorrências. Itupeva (SP) apresenta, isoladamente, 36% de chance de vivenciar ao menos um evento por ano, segundo o estudo.
Como o fenômeno se forma
Dentro de uma supercélula, a variação de velocidade e direção do vento em diferentes altitudes cria um tubo de ar giratório. Quando a coluna inclina-se para a vertical, surge o mesociclone; a condensação do vapor de água faz despontar o funil característico. Tocando o solo, ele se transforma em tornado, frequentemente com diâmetro de 75 metros, mas, em casos extremos, pode ultrapassar 1,5 km.
Tipos de tornados e suas peculiaridades
Além do modelo clássico, o Brasil registra landspouts (funis mais fracos, sem supercélula), trombas d’água sobre mares e rios, e episódios raros de múltiplos vórtices, que intensificam os danos. Redemoinhos de poeira e de fogo completam o quadro de fenômenos relacionados.
Eventos históricos de maior impacto
• Canoinhas (SC), 1948 – Tornado F3 deixou 23 mortos.
• Itu (SP), 1991 – F4 resultou em 16 vítimas e 450 mil sem energia.
• Almirante Tamandaré (PR), 1992 – F3 fez seis mortos e destruiu 500 casas.
• Cruz Alta (RS), 2002 – Ventos devastaram 80% da cidade.
• Guaraciaba (SC), 2009 – F4 causou mortes e danos extremos.
• Taquarituba (SP), 2013 – F3 provocou duas mortes e 64 feridos.
• Xanxerê (SC), 2015 – F2/F3 devastou 30% do município.
Monitoramento e prevenção
Alertas emitidos por órgãos como o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) permitem que comunidades adotem planos de emergência, reforcem construções e definam rotas de fuga. Abrigar-se em cômodos internos sem janelas, longe de objetos soltos, é recomendado durante a passagem do funil.
Para reduzir prejuízos, especialistas sugerem mapeamento de áreas vulneráveis, campanhas educativas e atualização constante das defesas civis estaduais. Santa Catarina, por exemplo, já emite boletins específicos quando há risco de supercélulas.
Ao contrário dos furacões, que se formam sobre oceanos e duram dias, os tornados são menores e extremamente energéticos, com duração média de 20 minutos. Mesmo assim, concentram força suficiente para destruir construções, arrancar árvores e lançar detritos a quilômetros de distância.
Em síntese, compreender os mecanismos que geram tornados no Brasil e manter vigilância climática permanente são passos essenciais para salvar vidas e mitigar danos econômicos.
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Crédito da imagem: Greg Johnson/Unsplash