Tornados magnéticos no espaço desafiam previsões da Terra

Tornados magnéticos recém-identificados entre o Sol e a Terra podem provocar tempestades geomagnéticas sem aviso, alerta estudo divulgado no The Astrophysical Journal. A pesquisa detectou vórtices compactos e potentes formados no turbulento espaço interplanetário, explicando eventos que ocorriam mesmo na ausência de ejeções de massa coronal (CMEs).
Segundo os autores, essas estruturas surgem quando uma CME veloz colide com o vento solar mais lento, gerando cordas de fluxo magnético intensamente torcidas que se comportam como tornados independentes.
Tornados magnéticos no espaço desafiam previsões da Terra
Com simulações quase 100 vezes mais detalhadas que as tradicionais, a equipe observou campos magnéticos fortes o suficiente para, sozinhos, iniciar apagões terrestres e danificar satélites. O modelo convencional, que analisa cubos de 1,6 milhão de quilômetros, não conseguia enxergar fenômenos tão compactos, situação comparada a “procurar um tornado num mapa-múndi”.
Os pesquisadores Mojtaba Akhavan-Tafti e W. Manchester, do programa SWIFT, enfatizam que a ameaça passa despercebida pelos sistemas atuais, baseados em medições de um único ponto. Um satélite isolado registraria apenas uma breve anomalia, sem revelar a real extensão do campo magnético concentrado.
Para detectar esses vórtices magnéticos antes que alcancem a magnetosfera terrestre, serão necessárias constelações de satélites que capturem dados simultaneamente em vários pontos do espaço. Tecnologias de próxima geração estão em desenvolvimento, mas ainda não há previsão de lançamento.
As consequências de uma tempestade disparada por tornados magnéticos incluem correntes elétricas induzidas no solo, capazes de sobrecarregar transformadores, além de falhas em GPS, comunicações e sinais de TV. Estudos da NASA indicam que eventos extremos podem comprometer infraestruturas críticas por semanas.
Até agora, as CMEs eram consideradas o principal risco do clima espacial. A descoberta de fontes locais de perturbação amplia o desafio de prever e mitigar impactos, reforçando a urgência de monitoramento constante e multidirecional.
No curto prazo, especialistas recomendam atualizar protocolos de defesa de redes elétricas e sistemas orbitais, considerando cenários em que tempestades surjam sem qualquer alerta solar.
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Crédito: NOAA, Mojtaba Akhavan-Tafti e Chip Manchester
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