Toque de recolher em Ladakh após protestos mortais

Toque de recolher em Ladakh foi imposto nesta quinta-feira (14) pelas forças de segurança indianas na cidade de Leh, depois que confrontos entre policiais e manifestantes favoráveis à restauração do status de estado deixaram ao menos quatro mortos e dezenas de feridos.
Segundo autoridades locais, manifestantes incendiaram o escritório regional do partido governista Bharatiya Janata Party (BJP) e um veículo policial, ferindo 30 agentes. Balas de verdade e gás lacrimogêneo foram usados para dispersar a multidão.
Toque de recolher em Ladakh após protestos mortais
Ladakh, território montanhoso de cerca de 300 mil habitantes na fronteira com China e Paquistão, perdeu sua autonomia em 2019, quando foi separado de Jammu e Caxemira e colocado sob administração direta de Nova Délhi. Desde então, comunidades budistas de Leh e muçulmanas de Kargil uniram-se para exigir a devolução da condição de estado e garantias de emprego e terras para moradores.
Motivo e escalada da violência
Não está claro o estopim para os choques de quarta-feira, considerados os piores em décadas. O governo atribuiu a responsabilidade ao ativista e engenheiro Sonam Wangchuk, em greve de fome desde 12 de setembro. Em nota, o Ministério do Interior acusou Wangchuk de “menções provocativas” a protestos como a Primavera Árabe, o que teria inflamado jovens desempregados. Ele nega ter incitado violência e encerrou o jejum pedindo calma.
Testemunhas relatam frustração crescente com a falta de avanços políticos. Muitos temem que a abertura a interesses externos ameace cultura, terras e recursos locais. Nova Délhi alega ter mantido diálogo contínuo com líderes regionais desde 2023, afirmando que “resultados fenomenais” já foram obtidos.
Próximos passos e negociações
O administrador federal de Ladakh, tenente-governador Kavinder Gupta, anunciou investigação sobre o episódio e reuniões com representantes da comunidade entre quinta e sexta-feira. Um comitê especial do governo deve encontrar lideranças locais em 6 de outubro para discutir demandas de autonomia.
Detalhes adicionais sobre os confrontos foram divulgados pela BBC News, que acompanha a crise na região.
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Crédito da imagem: Reuters
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