Thriller indonésio lidera Top 10 da Netflix e questiona padrões de beleza

Uma Mulher Comum, produção original da Indonésia, entrou directamente para o Top 10 global da Netflix com uma narrativa que mistura suspense psicológico e crítica social.

Enredo centra-se na identidade apagada de Milla

A história acompanha Milla (Marissa Anita), mulher a aproximar-se dos 40 anos, casada com o empresário milionário Jonathan Gunawan. A família vive com a matriarca Liliana e a filha adolescente Angel, que quer submeter-se a cirurgia plástica por se considerar “feia”. Quando Milla se opõe ao procedimento, desenvolve uma comichão violenta que a leva a ferir a própria pele, enquanto visões de uma rapariga de rosto desfigurado, chamada Grace, começam a persegui-la.

Os médicos atribuem o caso a distúrbios psicológicos. Entretanto, Erika, maquiadora que afirma ser amiga de longa data, aproxima-se da família e assume gradualmente o lugar de Milla. Confinada num quarto pelo marido, a protagonista reaparece numa festa da elite para denunciar a fachada de perfeição que sustenta os negócios dos Gunawan, precipitando a queda da reputação familiar.

Final levanta dúvida entre fuga real e alucinação

No clímax, Milla tenta escapar num camião rumo à aldeia onde cresceu. As imagens alternam entre a estrada e cenas de um futuro possível, deixando incerto se a protagonista de facto abandonou a mansão ou se permanece presa a delírios. A cicatriz visível no seu rosto sugere que parte dos acontecimentos pode ter sido real.

Um flashback revela a chave do mistério: Grace era o nome de Milla em criança. Depois de ser repetidamente humilhada pela mãe, a menina sofreu um acidente com um espelho que lhe desfigurou o rosto. Liliana recorreu então a cirurgia plástica para reinventar a filha, apagando a identidade original e preparando-a para casar com um homem abastado. As crises de comichão, os vómitos de vidro e as visões funcionam como manifestações físicas desse passado reprimido.

Mensagem aponta à pressão estética sobre as mulheres

Ao expor a transformação forçada de Grace em Milla, o filme coloca em causa a valorização social da aparência feminina e o silêncio imposto a quem não se enquadra nos padrões. A narrativa encerra com a protagonista a tentar recuperar o direito de decidir sobre o próprio corpo e destino, deixando o público a reflectir sobre a linha ténue entre liberdade individual e imposições externas.

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Imagem: tecmundo.com.br

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