The Witcher 4 avança sem consultoria de Andrzej Sapkowski e mantém lançamento somente após 2026

The Witcher 4 está em produção na CD Projekt Red sem qualquer envolvimento direto do criador dos romances originais, o escritor polonês Andrzej Sapkowski. A informação foi confirmada pelo próprio autor durante o evento de lançamento de seu novo livro, “Crossroads of Ravens”. Ele afirmou que não foi contatado pelo estúdio para oferecer conselhos ou materiais adicionais, diferentemente do que ocorreu em títulos anteriores da série.
- Confirmação da ausência de Sapkowski na produção
 - Histórico da colaboração entre autor e estúdio
 - Acordos atuais e clima de cooperação
 - Referências literárias permanecerão no enredo
 - Planejamento de lançamento aponta para depois de 2026
 - Ciri assume o protagonismo da nova geração
 - Consequências da ausência de consultoria direta
 - Panorama do desenvolvimento até o momento
 - Expectativa e legado da franquia
 
Confirmação da ausência de Sapkowski na produção
O ponto central do anúncio aconteceu quando Sapkowski respondeu a perguntas da imprensa especializada. Segundo o escritor, a desenvolvedora “raramente” busca sua opinião e, em relação ao próximo jogo, “não contribuí em nada”. A declaração, dada ao portal GamesRadar+ durante o evento literário, encerra especulações sobre uma possível consultoria criativa e evidencia uma mudança na dinâmica entre a parte literária e a equipe de desenvolvimento.
Nos capítulos anteriores da franquia, o estúdio manteve contato pontual com o autor para esclarecer detalhes do universo de Geralt de Rívia, mas nunca houve uma coautoria formal. Com The Witcher 4, esse contato nem mesmo foi estabelecido, o que marca uma ruptura quando comparado ao histórico de lançamentos anteriores.
Histórico da colaboração entre autor e estúdio
Desde o primeiro jogo da série, lançado em 2007, a CD Projekt Red utilizou o material literário de Sapkowski como base criativa. O autor concedeu a licença de adaptação ainda no final da década de 1990 por um pagamento único, abrindo mão de participação nos lucros futuros. Esse acordo inicial, aceito sem porcentual sobre vendas, foi posteriormente reconhecido pelo próprio escritor como uma decisão equivocada.
Com o sucesso de The Witcher 3: Wild Hunt, a discrepância entre a remuneração original e a magnitude financeira da franquia ficou evidente. Em 2018, Sapkowski reivindicou aproximadamente US$ 16 milhões em royalties adicionais, alegando que o contrato inicial não refletia o valor econômico gerado pela marca. O processo foi resolvido de maneira amigável em 2019, quando as partes firmaram um novo entendimento, descrito como “excelente” pelo autor.
Acordos atuais e clima de cooperação
Mesmo sem participação no desenvolvimento do novo jogo, Sapkowski declarou estar satisfeito com os termos vigentes. “Os contratos entre mim e a equipe do jogo estão excelentes no momento. Espero que continue assim”, afirmou durante o evento literário. A fala indica que, apesar da ausência criativa, o relacionamento comercial se mantém estável e sem ressentimentos.
A CD Projekt Red, por sua vez, segue reconhecendo oficialmente a importância da obra original. O estúdio classifica os romances como fonte fundamental para a ambientação, os personagens e o tom narrativo que sustentam a franquia. Esse reconhecimento garante, pelo contrato reestruturado, compensações financeiras ao autor sem a necessidade de participação direta no processo de produção do jogo.
Referências literárias permanecerão no enredo
Embora o criador não esteja colaborando ativamente, elementos de “A Encruzilhada dos Corvos” (tradução brasileira para “Crossroads of Ravens”) podem inspirar trechos do roteiro de The Witcher 4. O livro se passa antes das jornadas mais conhecidas de Geralt e traz material inédito a respeito da ordem dos bruxos e de personagens secundários. Nada foi oficialmente confirmado pela desenvolvedora, mas o estúdio costuma buscar passagens do cânone para fundamentar linhas narrativas originais nos jogos.
Assim, a ausência do autor como consultor não impede que o conteúdo que ele criou continue sendo alicerce do universo digital. A diferença prática é que as decisões de roteiro ficam exclusivamente nas mãos da equipe interna, que interpretará os textos conforme as necessidades de gameplay e de cronograma.
Planejamento de lançamento aponta para depois de 2026
A expectativa do público precisará ser acompanhada de paciência. Durante apresentação financeira realizada em março, o diretor financeiro da CD Projekt Red, Piotr Nielubowicz, indicou que The Witcher 4 não chegará ao mercado antes do final de 2026. Segundo ele, a projeção interna de metas estabelece que o jogo só poderá ser lançado posteriormente a esse período, e ainda não existe nenhuma previsão para divulgação de uma data definitiva.
Consequentemente, 2027 surge como o primeiro ano possível para o lançamento. Essa janela prolongada reflete o escopo de produção adotado pela empresa, que costuma priorizar ciclos extensos de desenvolvimento, principalmente após as lições aprendidas com projetos anteriores.
Ciri assume o protagonismo da nova geração
Um dos pontos já confirmados pelo estúdio é a troca de foco narrativo: Ciri será a personagem central em The Witcher 4. A heroína, que desempenhou papel crucial em Wild Hunt, agora recebe tratamento de protagonista em tempo integral. Para dar vida à personagem digital, a equipe escalou uma nova atriz de captura de movimentos e voz, cuja identidade ainda não foi detalhada publicamente.
Essa decisão se alinha à proposta de expandir o legado de Geralt e explorar a chamada “nova geração de bruxos”. O objetivo declarado da empresa é preservar o espírito das obras de Sapkowski enquanto constrói tramas inéditas, capazes de sustentar múltiplos jogos e fortalecer o catálogo próprio da desenvolvedora.
Consequências da ausência de consultoria direta
Sem o acompanhamento de Sapkowski, a CD Projekt Red assume total responsabilidade sobre coerência, cronologia e evolução dos personagens. Nos três títulos principais lançados até o momento, a consultoria pontual do autor funcionou como mecanismo de verificação para detalhes específicos do universo. Agora, a empresa precisará empregar equipes internas de pesquisa para evitar incongruências, ainda que continue tendo acesso ao material literário licenciado.
Do ponto de vista do público, essa mudança tem potencial para gerar discussões acerca da fidelidade ao cânone, mas não configura novidade absoluta. Em Wild Hunt, por exemplo, diversas linhas narrativas já foram criadas sem contribuição direta do escritor, e ainda assim receberam ampla aprovação dos leitores e jogadores.
Panorama do desenvolvimento até o momento
Até a presente data, apenas um teaser e algumas informações gerais foram divulgadas. O vídeo de apresentação, construído como trailer conceitual, apresentou Ciri em destaque e sugeriu ambientação inédita dentro do Continente. Detalhes sobre mecânicas, plataformas ou sistemas de combate não foram revelados, indicando que o projeto se encontra em fase inicial.
Internamente, a CD Projekt Red segue um cronograma dividido em metas anuais, prática adotada pela companhia para monitorar custos e calendário. A afirmativa oficial de que não há intenção de anunciar uma data de estreia demonstra prudência, visando evitar promessas que possam ser revistas futuramente.
Expectativa e legado da franquia
O êxito comercial de The Witcher 3 elevou o patamar de exigência para qualquer continuação. Vendas robustas, prêmios e repercussão cultural tornaram o jogo referência no gênero de RPG de mundo aberto. Esse histórico cria pressão natural para que The Witcher 4 entregue qualidade semelhante, mesmo com mudanças estruturais como a ausência de Geralt como protagonista principal e a não participação direta de Sapkowski.
Para os leitores dos livros, a informação de que o universo literário continuará servindo de base oferece garantia de continuidade temática. Para os jogadores, a confirmação do protagonismo de Ciri e a expectativa de novos bruxos representam oportunidade de vivenciar enredos inéditos, ainda que as aventuras demorem alguns anos para chegar às prateleiras.
A conjugação desses fatores estabelece o cenário: o estúdio polonês trabalha de forma autônoma, amparado por acordos jurídicos consolidados, enquanto o autor mantém distância criativa sem abrir mão do reconhecimento contratual. Com lançamento planejado para depois de 2026, The Witcher 4 segue em desenvolvimento, sustentado pelo legado literário e pela ambição de evoluir a principal franquia da CD Projekt Red.
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