Tempestade geomagnética de categoria G3 continua atingindo a Terra desde domingo (14) após a abertura de um enorme buraco coronal no Sol, registrado pelo Observatório de Dinâmica Solar (SDO) da NASA. A corrente de vento solar chegou a 760 km/s antes de estabilizar entre 600 e 700 km/s, mantendo efeitos visíveis na atmosfera do planeta.
O fenômeno começou a se formar no início da última semana e ganhou notoriedade por exibir o contorno de uma “borboleta gigante”. Na sexta-feira (12), a fenda alcançava cerca de 500 mil km de extensão—espaço suficiente para alinhar quase 40 Terras—segundo o site Space.com.
Tempestade geomagnética forte persiste após buraco solar
Quando o fluxo de partículas atingiu a magnetosfera terrestre, produziu uma tempestade G3, considerada forte em uma escala que vai até G5. Embora a intensidade tenha diminuído para G1 na noite de segunda-feira (15), os especialistas alertam que sinais residuais, como auroras boreais mais ao sul do que o habitual, podem ocorrer até o meio da semana.
Tempestades dessa magnitude oferecem espetáculo, mas também riscos. A Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA) ressalta que ventos solares intensos podem induzir cargas elétricas em satélites, aumentar o arrasto de objetos em órbitas baixas e provocar falhas intermitentes em sistemas de radionavegação. Em cenários extremos, redes elétricas terrestres também podem ser afetadas.
O período é propício para tais eventos. Próximo aos equinócios—este ano marcados para 22 de setembro e 20 de março—o eixo terrestre se alinha de modo a facilitar a interação entre os campos magnéticos da Terra e do Sol. Esse alinhamento intensifica o chamado efeito Russell-McPherron, responsável por dobrar a frequência de tempestades geomagnéticas entre 1932 e 2014, de acordo com estudos citados pela NOAA.
Quem vive em latitudes médias do Hemisfério Norte já registrou auroras em locais como o norte dos EUA e quase todo o Reino Unido. A expectativa é de que a atividade solar diminua gradativamente até esta terça-feira (16), mas pequenas aparições luminosas ainda são possíveis.
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Crédito: NASA/SDO