Tarifas de Trump cortam 1,3 mil milhões de euros à Volkswagen

A Volkswagen acusou um impacto direto de 1,3 mil milhões de euros nas suas contas do segundo trimestre de 2025, resultado das tarifas de importação impostas pelos Estados Unidos durante a administração de Donald Trump.

Lucro operacional recua 29 %

No trimestre terminado em junho, o lucro operacional da maior construtora automóvel europeia fixou-se em 3,83 mil milhões de euros, menos 29 % face aos 5,4 mil milhões registados um ano antes. A marca ficou aquém das previsões dos analistas, que apontavam para 3,94 mil milhões.

Além das tarifas norte-americanas, a empresa enfrentou custos de reestruturação estimados em 700 milhões de euros. No total, as duas rubricas representaram um encargo de cerca de 2 mil milhões de euros, detalhou o diretor financeiro Arno Antlitz.

Vendas, encomendas e investimentos

Entre abril e junho, a Volkswagen comercializou 80,8 milhões de veículos, uma descida de 3 % face ao mesmo período de 2024. Em contraciclo, a entrada de pedidos na Europa Ocidental avançou 19 % no primeiro semestre.

O grupo mantém um nível de investimento anual entre 12 % e 13 % na divisão automóvel, apesar do contexto adverso.

Previsões revistas para 2025

Diante do aumento de custos e da incerteza comercial, a fabricante reduziu a meta de margem operacional para 4 %-5 %, abaixo dos 5,5 %-6,5 % anteriormente projetados. A expectativa de crescimento das vendas também foi ajustada: a empresa agora prevê um volume estável em relação a 2024, abandonando a estimativa de acréscimo até 5 %.

Pressão tarifária continua

O setor automóvel europeu permanece exposto às taxas de importação norte-americanas, atualmente fixadas em 25 %. Donald Trump ameaçou elevar esse valor para 30 % a partir de 1 de agosto. A Volkswagen trabalha com o cenário de que as tarifas se mantenham em 27,5 % na segunda metade do ano, mas admite elevada incerteza política.

O ambiente global competitivo, marcado pela entrada de marcas chinesas e por mudanças nas políticas comerciais, coloca pressão adicional sobre as margens das construtoras europeias, que dependem de cadeias produtivas espalhadas por vários continentes.

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Imagem: THINK A via olhardigital.com.br

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