Tarifas de Trump testam retomada da indústria nos EUA

Tarifas de Trump testam retomada da indústria nos EUA

Tarifas de Trump voltaram ao centro do debate econômico nos Estados Unidos, onde pequenos e médios fabricantes de Massachusetts relatam custos mais altos, incerteza e dificuldade para contratar. A promessa presidencial de ressuscitar a produção nacional esbarra em desafios práticos que já pressionam investimentos e empregos.

Em Fall River, a Accurate Services, da família Teixeira, manteve apenas 15 costureiros produzindo itens neonatais. Desde que os impostos de importação entraram em vigor, potenciais clientes procuram a empresa, mas o co-proprietário Frank Teixeira recusa novos contratos: ele teme não conseguir mão de obra em meio ao rigor migratório e duvida da continuidade da demanda.

Tarifas de Trump testam retomada da indústria nos EUA

O cenário se repete na vizinha Matouk, fabricante de roupas de cama de luxo fundada em 1929. Seu diretor George Matouk calcula que, entre abril e agosto, as tarifas adicionaram mais de US$ 100 mil em despesas mensais, atingindo tecidos de algodão da Índia e de Portugal e pluma de Liechtenstein. Para equilibrar o caixa, a companhia cortou aquisições de máquinas e ações de marketing, além de prever reajuste nos preços finais.

Dados do governo corroboram as dificuldades: o emprego industrial encolheu 12 mil vagas em agosto e pesquisas mostram contração na atividade. Segundo estudo do Federal Reserve de Dallas, 71% dos fabricantes já sentem impacto negativo, sobretudo pela alta nos insumos, que chega a 50% do valor importado.

Nem mesmo empresas que votaram em Trump, como a Vanson Leathers, escapam. O proprietário Mike van der Sleesen diz que o custo das jaquetas de motociclista subiu 15% em 2024. Apesar disso, ele concorda com o presidente sobre a necessidade de condições comerciais mais equilibradas: “Se eles não nos taxassem, não deveríamos taxá-los também, mas isso nunca vai acontecer”.

Nas ruas de Fall River, parte do eleitorado ainda concede tempo ao plano. O aposentado Tom Teixeira, 72 anos, apoia Trump desde 2016 e acredita que os benefícios “não virão da noite para o dia”. Para ele, o teste definitivo será se os preços recuarem até o próximo ano.

Especialistas avaliam que ganhos pontuais, como os observados no aço, tendem a ser anulados por perdas em cadeias dependentes de insumos estrangeiros. “As tarifas são uma política ruim e vão nos assombrar”, resume Frank Teixeira, que há três décadas teve de desmontar parte de sua produção diante da concorrência global.

Os próximos meses devem mostrar se a estratégia tarifária será suficiente para reverter décadas de desindustrialização ou se, como alertam economistas, apenas transferirá custos para empresas e consumidores norte-americanos.

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Crédito da imagem: BBC

zairasilva

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