Steam Deck enfrenta espera por sucessor e rivais mais potentes ganham terreno

Três anos e meio após a chegada do Steam Deck, a consola portátil da Valve continua a vender bem, mas consumidores ponderam cada vez mais se ainda vale a pena investir num equipamento baseado numa APU AMD Zen 2. O modelo OLED lançado em 2023 trouxe melhorias no ecrã e na autonomia, porém manteve o mesmo nível de desempenho, deixando no ar a questão sobre quando – e se – chegará um sucessor com hardware atualizado.

Hardware envelhecido levanta dúvidas

O Steam Deck original, anunciado em 2021 por cerca de 500 dólares na versão base, utiliza um processador personalizado com arquitetura Zen 2 e gráfica RDNA 2. Embora este conjunto continue adequado para muitos títulos de PC, a execução de jogos 3D recentes já exige compromissos na resolução ou na taxa de fotogramas. Quem optar pelo modelo OLED e adicionar extras, como uma unidade SSD de maior capacidade, pode ultrapassar facilmente os 1 000 dólares, valor que sai do âmbito de uma compra por impulso.

Além da potência inferior face aos padrões actuais, foram identificados outros pontos a melhorar: ecrã pequeno para o tamanho do chassi, autonomia limitada e ausência de sticks com sensores hall effect, mais resistentes à deriva. Há também restrições de espaço interno, que só aceita SSDs de 2230 mm, menos comuns e mais caros do que as unidades de 80 mm.

Concorrentes avançam com APUs mais recentes

O mercado de consolas portáteis com Windows ou SteamOS cresceu após o sucesso da Valve. Modelos de marcas como ASUS, AyaNeo ou Lenovo adoptaram APUs AMD de gerações posteriores, oferecendo ganhos de desempenho assinaláveis. Um dos exemplos citados é o Lenovo Legion Go S SteamOS Edition, equipado com Ryzen Z2 Go. Mesmo esta configuração, menos potente do que o Z1 Extreme, já supera o Steam Deck nas mesmas condições de resolução e sistema operativo.

Essas alternativas também permitem instalar SteamOS, evitando as camadas adicionais necessárias para correr jogos PC em Windows. No entanto, continuam a exigir configuração manual e não beneficiam do suporte dedicado que a Valve mantém na sua plataforma, factor que pesa na decisão de compra de utilizadores menos experientes.

Valve não tem pressa em lançar nova geração

Apesar da pressão crescente, a Valve permanece reservada sobre eventuais planos para um “Steam Deck 2”. De acordo com declarações públicas, a empresa prefere evitar segmentar a base de utilizadores e quer manter o preço competitivo do modelo atual, sobretudo num contexto de tarifas e constrangimentos na produção de semicondutores mais avançados.

Com as vendas ainda sólidas, a tecnológica norte-americana vê pouca urgência em renovar o hardware. Isso prolonga a incerteza para quem pondera a compra: adquirir já um equipamento comprovado, mas em fim de ciclo, ou aguardar um sucessor que pode não chegar tão cedo. Paralelamente, cada novo jogo exigente que ultrapassa as capacidades da APU Zen 2 reforça o receio de investir num produto em declínio.

Decisão de compra fica em espera

O dilema não é exclusivo do Steam Deck; acompanha praticamente qualquer dispositivo tecnológico. Ainda assim, a rápida evolução das APUs AMD e a entrada de concorrentes com especificações superiores tornam a espera por um modelo renovado particularmente relevante neste segmento. Consumidores que optarem por adiar a aquisição poderão beneficiar de preços mais baixos no modelo atual quando um sucessor chegar, mas arriscam ficar sem uma solução portátil oficial da Valve durante um período indefinido.

Até haver confirmação de um “Steam Deck 2”, o cenário resume-se a três alternativas: comprar já a consola da Valve e aceitar as limitações de desempenho; escolher um rival mais potente, assumindo menor suporte e necessidade de configuração adicional; ou simplesmente aguardar, monitorizando os movimentos de hardware no mercado de consolas portáteis para PC.

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Imagem: pcworld.com

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