SpaceX atinge 10 mil satélites Starlink lançados após dupla de voos Falcon 9

O programa Starlink, conduzido pela SpaceX, ultrapassou a marca simbólica de 10 mil satélites lançados para a órbita terrestre. O feito foi alcançado no domingo, 19 de outubro de 2025, com duas missões consecutivas do foguete Falcon 9, cada uma levando 28 unidades da constelação de internet banda larga. Com esses voos, o número de lançamentos do Falcon 9 em 2025 chegou a 132, igualando o total de 2024 quando ainda restavam mais de dois meses para o encerramento do ano.
- Quem participou da operação
- O que foi realizado em cada lançamento
- Quando a trajetória do programa começou
- Onde os novos satélites estão posicionados
- Como a meta de 10 mil satélites foi alcançada
- Por que o número absoluto de satélites é maior que o total operacional
- Painel estatístico: dados atuais da Starlink
- Licenças e projeções futuras
- Reutilização como motor da cadência de voos
- Impacto da constelação no fornecimento de internet
- Processo de desativação e entrada controlada
- Concorrência em ascensão: constelação chinesa Guowang
- Comparativo de cadência de missões
- Cronologia resumida do programa Starlink
- Perspectivas até o final de 2025
- Conclusão factual
Quem participou da operação
A SpaceX, empresa de transporte espacial fundada por Elon Musk, foi a responsável pelas duas decolagens. Os protagonistas técnicos foram os propulsores de primeiro estágio B1067 e B1088, reutilizados pela companhia em um exemplo adicional de seu modelo de redução de custos via reaproveitamento de hardware. A rede Starlink, destino final dos satélites, é o serviço de internet de baixa latência administrado pela mesma corporação.
O que foi realizado em cada lançamento
No primeiro lançamento do dia, às 14h39 pelo horário de Brasília, o Falcon 9 decolou da Base da Força Espacial de Cabo Canaveral, na Flórida, transportando 28 satélites. Logo após a separação, o estágio B1067 desceu em segurança sobre a balsa-drone A Shortfall of Gravitas, posicionada no Oceano Atlântico. Esse pouso estabeleceu um recorde interno de reutilização: foi a 31.ª missão do mesmo estágio, número até então inédito para a frota da SpaceX.
Duas horas mais tarde, às 16h24, outro Falcon 9 deixou a Base da Força Espacial de Vandenberg, na Califórnia, também com 28 unidades Starlink. O primeiro estágio B1088 realizou seu 11.º voo e voltou à Terra pousando na balsa-drone Of Course I Still Love You, estacionada no Oceano Pacífico. Com a conclusão bem-sucedida desta segunda missão, a contagem de satélites Starlink lançados superou o marco de 10 mil unidades desde o início do programa.
Quando a trajetória do programa começou
A história operacional da constelação teve início em fevereiro de 2018, quando os protótipos Tintin A e Tintin B foram inseridos em órbita. Quinze meses depois, começaram os lançamentos regulares para formar a rede. Em outubro de 2020, a SpaceX abriu um período de teste beta ao público, e o serviço comercial foi disponibilizado no ano subsequente.
Onde os novos satélites estão posicionados
As 56 unidades embarcadas nas duas missões de 19 de outubro foram colocadas em órbita baixa da Terra. Esse regime orbital, geralmente situado entre 300 e 1 200 quilômetros de altitude, é escolhido para reduzir latência nas comunicações e facilitar o desorbitamento controlado ao fim da vida útil. Cada satélite Starlink é projetado para permanecer ativo por cerca de cinco anos antes de iniciar uma descida segura, orientada de modo queimar na atmosfera.
Como a meta de 10 mil satélites foi alcançada
O ritmo crescente de lançamentos explica a rapidez com que o programa ultrapassou o patamar de cinco dígitos. Somente em 2024, a SpaceX executou 89 missões inteiramente dedicadas à Starlink. Em 2025, esse total já foi superado antes mesmo do fim do ano, refletindo a alta cadência de voos habilitada pela reutilização dos propulsores Falcon 9. A marca de 132 lançamentos do foguete em 2025 igualou o recorde anual anterior com semanas de antecedência.
Por que o número absoluto de satélites é maior que o total operacional
Apesar de 10 mil lançamentos terem sido registrados, 8 608 satélites encontram-se atualmente em operação. A diferença ocorre porque unidades mais antigas foram retiradas de serviço e guiadas para reentrada atmosférica. Esse processo programado de desativação evita a acumulação de detritos espaciais e mantém a constelação nas especificações técnicas desejadas.
Painel estatístico: dados atuais da Starlink
• Satélites lançados: mais de 10 000
• Satélites ativos: 8 608
• Vida útil estimada por satélite: 5 anos
• Países atendidos: mais de 100
• Clientes atendidos: milhões em todo o mundo
Licenças e projeções futuras
A SpaceX possui autorização para colocar até 12 mil satélites Starlink em órbita e protocolou pedido para mais 30 mil, totalizando potencialmente 42 mil unidades. A aprovação adicional ainda aguarda a avaliação de agências reguladoras, mas o volume solicitado ilustra o porte da ambição da empresa em consolidar uma rede global de banda larga via satélite.
Reutilização como motor da cadência de voos
O recorde de 31 missões acumuladas pelo estágio B1067 demonstra a estratégia de reaproveitamento intensivo de hardware, considerada pela SpaceX um fator chave para reduzir custos e acelerar a frequência de lançamentos. Ao pousar em balsas-drone posicionadas em alto-mar, os estágios recuperáveis evitam o desgaste provocado por reentrada sobre o continente e podem retornar rapidamente às instalações de manutenção.
Impacto da constelação no fornecimento de internet
Com presença em mais de uma centena de mercados, o serviço Starlink atende regiões remotas, navios, aeronaves e zonas castigadas por desastres naturais. A expansão para 10 mil satélites amplia a cobertura e a capacidade de oferecer banda larga de alta velocidade a um número maior de usuários, mantendo latência reduzida graças à altura orbital limitada.
Processo de desativação e entrada controlada
Ao fim de sua vida útil, cada satélite Starlink executa manobras para reduzir altitude gradualmente. A descida controlada leva os equipamentos à atmosfera densa, onde se desintegram por atrito. Esse procedimento diário faz parte do protocolo da SpaceX para evitar a formação de lixo espacial em grandes altitudes e cumprir exigências de órgãos regulatórios.
Concorrência em ascensão: constelação chinesa Guowang
Enquanto a SpaceX celebra 10 mil lançamentos, a China intensifica seus planos com a rede Guowang. Em 15 de outubro, o país realizou o 600.º voo da família de foguetes Long March, colocando em órbita mais satélites de banda larga desenvolvidos pela Academia Chinesa de Tecnologia Espacial. Com a nova leva, estima-se haver 95 satélites Guowang operacionais, etapa intermediária rumo a uma malha projetada de quase 13 mil unidades. A expansão chinesa reforça a disputa por espaço orbital e por participação no mercado global de internet via satélite.
Comparativo de cadência de missões
Os 132 voos do Falcon 9 em 2025 mostram que a SpaceX manteve a cadência necessária para abastecer rapidamente sua constelação. O número iguala a marca de 2024 e confirma a tendência de crescimento anual. A título de comparação, o programa chinês ainda opera em um ritmo menor, mas ganhou destaque ao completar 600 lançamentos acumulados da série Long March em toda a sua história.
Cronologia resumida do programa Starlink
2018 – Lançamento dos protótipos Tintin A e Tintin B.
2019 – Início oficial da construção da constelação.
2020 – Abertura do beta público.
2021 – Início do serviço comercial.
2024 – 89 missões dedicadas em um único ano.
2025 – Marca de 10 mil satélites lançados e 132 voos do Falcon 9 registrados até 19 de outubro.
Perspectivas até o final de 2025
Com mais de dois meses restantes no calendário, a SpaceX dispõe de margem para superar de forma expressiva o recorde anual de lançamentos. Caso mantenha a cadência recente, a empresa poderá ampliar a diferença sobre a quantidade total de 2024, densificar a constelação e acelerar a substituição de unidades que se aproximam do fim de seu ciclo operacional de cinco anos.
Conclusão factual
A ultrapassagem da marca de 10 mil satélites coloca a Starlink em um patamar inédito de presença orbital. A combinação de alta cadência de voos, reutilização de estágios e planejamento de desorbitação programada sustenta o avanço da constelação enquanto o cenário internacional ganha novos competidores, como a Guowang. O número de satélites ativos, o histórico de lançamentos e as metas regulatórias delineiam os próximos passos de uma infraestrutura que já atende milhões de usuários em mais de 100 países.
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