Sarah Paulson rouba a cena em “All’s Fair” e transforma personagem secundária em ponto alto da série

Sarah Paulson rouba a cena em “All’s Fair” e transforma personagem secundária em ponto alto da série

LEAD — No quinto capítulo de “All’s Fair”, exibido em 18 de novembro de 2025 no catálogo da Hulu, Sarah Paulson assumiu o centro das atenções ao interpretar Carrington Lane em uma atuação que equilibrou humor ácido, vulnerabilidade emocional e domínio de cena. O episódio intitulado “This Is Me Trying” modificou completamente a função da personagem, que até então operava como alívio cômico recorrente, e elevou Paulson ao posto de performance de destaque da semana.

Índice

Quem é a intérprete e quem é a personagem

Sarah Paulson, reconhecida pelo repertório versátil em produções de drama e terror televisivo, dá vida a Carrington Lane. Nos quatro primeiros episódios, Carrington foi apresentada como “incômodo hilariante”, limitada a aparições pontuais recheadas de observações mordazes que serviam de antagonismo leve aos protagonistas advogados da trama. Esse enquadramento mudou radicalmente no capítulo cinco, quando o roteiro direcionou o olhar para a esfera íntima da personagem, abrindo espaço para uma abordagem mais ampla do seu comportamento público e das contradições privadas.

O que aconteceu no episódio “This Is Me Trying”

O capítulo começa com uma sequência em que Carrington dirige alcoolizada. Na cena, a personagem entoa “Edge of Seventeen” enquanto conduz o veículo de forma irregular até ser parada por uma patrulha. A passagem, mesmo tratando de um ato perigoso, ganha tom de comicidade graças à mistura de autoconfiança e falta de percepção de risco demonstrada pela personagem. Paulson explora o contraste entre a leveza musical e a gravidade do teste do bafômetro, exibindo timming cômico sem comprometer a seriedade do contexto legal que se impõe.

Logo em seguida, o roteiro retoma um encontro prévio de Carrington com Chase. Nessa interação, ela despiu o pretendente, lavou o cabelo dele e desferiu observações ácidas sobre a personalidade dele, tudo enquanto evitava investidas mais agressivas. O momento no roteiro é descrito como um quadro de estranheza deliberada, no qual o público acompanha uma sucessão de ações improváveis. Ainda assim, o desempenho de Paulson sustenta a lógica interna da sequência, mantendo a curiosidade sobre os limites da situação e conduzindo a cena até um desfecho anticlimático que encerra a noite do casal.

Como o episódio aprofunda a relação familiar

A metade dramática do capítulo concentra-se na dinâmica de Carrington com a filha Amabel, interpretada por Juliette Mae Diamond. A personagem-mãe, que deseja ser vista como protetora, enfrenta barreiras geradas pelas próprias atitudes sarcásticas. O enredo utiliza a redação de um ensaio de admissão escolar para exibir esse impasse. Enquanto Amabel tenta narrar experiências de perseverança, Carrington revisa cada frase com rigor argumentativo, transformando emoções genuínas em estratégias de retórica. Paulson percorre o intervalo entre afeto e crítica, evidenciando a tensão que emerge quando uma figura parental corrige a voz de quem busca se expressar.

O enfrentamento com o passado conjugal

Outro ponto-chave surge na visita de Carrington ao ex-marido Sebastian, vivido por Jason Butler Harner. O histórico do casal, descrito como um casamento de conveniência, volta à cena durante uma discussão em que Sebastian deixa claro o incômodo com a volta da antiga parceira. Paulson inicia a conversa tentando preservar a imagem de autossuficiência, mas gradualmente deixa transparecer fragilidade até admitir a necessidade de ajuda. Esse processo de “conter e ceder” oferece uma virada na interpretação, porque transforma a energia arrogante da personagem em confissão de vulnerabilidade, sem abandonar a coerência da construção narrativa anterior.

Primeiro reconhecimento de apoio

Por fim, o episódio apresenta um breve, porém significativo, diálogo entre Carrington e Alberta Dome, papel de Lorraine Toussaint. Alberta é a primeira figura a enxergar de forma explícita a urgência de auxílio na vida da protagonista. Ainda que os momentos partilhados pelas duas sejam descritos como contidos, o texto sublinha que foram justamente essas trocas discretas que consolidaram a percepção do público sobre o pedido silencioso de socorro de Carrington.

Por que a performance se destaca

Ao longo de apenas um episódio, Paulson transita por três registros: a comédia física na cena do teste de sobriedade, o humor de costume na interação com Chase e o drama pessoal nas relações com filha e ex-marido. Cada segmento exige ritmo distinto, e a atriz mantém consistência ao articular sarcasmo, desconforto e sinceridade. A escolha de apresentar emoção “sob o disfarce de lógica” — caso do ensaio escolar — reforça a característica central de Carrington: usar a palavra como barreira contra a introspecção. Essa multiplicidade de recursos justifica o destaque recebido, pois confirma a transição de um papel coadjuvante para peça fundamental da temporada.

Reação do público e mudança de função dramática

Antes de “This Is Me Trying”, Carrington era percebida como antagonista de baixa intensidade; fornecia alvos fáceis para as brincadeiras das protagonistas advogadas, sem ameaçar o arco principal. Com a exposição de suas falhas pessoais, a personagem ganha complexidade e, ao mesmo tempo, convida à empatia. O público acompanha as contradições internas de alguém que luta para ser boa mãe, administra um senso de superioridade autoirônico e, finalmente, aceita a possibilidade de buscar ajuda. Dessa forma, o enredo da série amplia o universo particular de Carrington e sugere caminhos dramáticos novos para a segunda metade da temporada.

Destaques secundários da semana na televisão

Além de Paulson, dois nomes chamaram atenção em outras produções exibidas no mesmo período. O primeiro é Gary Cole, que assumiu o papel do bilionário Brad Vinick em “A Man on the Inside”, série disponível na Netflix. No terceiro episódio, o personagem avalia a detetive Julie como “competente” e “atraente” antes de detalhar planos excêntricos, entre eles a construção de uma estátua que o mostraria vencendo uma corrida contra um cavalo. Cole revive assim o lado cômico que já demonstrou em filmes de humor, conduzindo monólogos recheados de soberba inabalável enquanto participa de tratamentos de longevidade extravagantes.

O segundo destaque vai para Demi Moore, vista na estreia da segunda temporada de “Landman”, produção da Paramount+. No episódio, a personagem Cami realiza apresentação para investidores que tentam subestimá-la após a morte de Monty, antigo chefe. Moore interpreta o discurso com tom contido e objetivo até revelar, de forma calculada, as consequências que planeja impor caso seja contrariada. A cena termina com Cami convidando a audiência a aproveitar o almoço pago com o dinheiro deles próprios, ato que ressalta o poder da executiva retratada.

Panorama das performances reconhecidas

As três atuações partilham a particularidade de combinar resultados cômicos ou irônicos com um subtexto de autoridade. Sarah Paulson alterna leveza e dor para evidenciar a fragilidade de Carrington; Gary Cole usufrui do absurdo verbal para expor a prepotência de Brad; e Demi Moore utiliza mestria vocal para sinalizar poder silencioso de Cami. Cada execução, dentro de seu respectivo enredo, demonstra como um intérprete pode dominar a cena sem recorrer a espetáculos grandiosos, apenas articulando nuances de voz, postura e intenção.

Conclusão factual — A semana televisiva foi marcada pelo aprofundamento de uma personagem até então periférica em “All’s Fair”, pela introdução de um bilionário excêntrico em “A Man on the Inside” e pelo retorno estratégico de uma executiva determinada em “Landman”. Entre essas entregas, a transformação de Carrington Lane por Sarah Paulson destacou-se como exemplo de atuação multifacetada capaz de redefinir o rumo de uma série.

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