Samsung pode encerrar produção de SSDs SATA e redesenhar o mercado de armazenamento

Um rumor de grande repercussão na comunidade de hardware indica que a Samsung estuda encerrar em definitivo a fabricação de SSDs SATA. A informação, divulgada pelo canal Moore’s Law Is Dead, sugere que a decisão partiu de múltiplas fontes internas e pode provocar aumentos de preço tanto no curto quanto no médio prazo, afetando consumidores e empresas até, pelo menos, 2027.
Rumor detalha possível fim dos SSDs SATA na Samsung
O ponto de partida da notícia é o relato do youtuber Tom, criador do canal especializado em vazamentos de semicondutores. Segundo ele, diferentes contatos confirmaram que a Samsung não considera mais rentável manter sua linha de SSDs SATA. A mudança não seria apenas uma readequação de portfólio, mas a extinção completa da produção, impactando todo o ecossistema de armazenamento baseado nesse protocolo.
A gravidade do cenário ganha evidência ao lembrar que a empresa sul-coreana atua em duas frentes: ela fabrica tanto os chips NAND que compõem a unidade de armazenamento quanto o SSD como produto acabado. Caso a saída se concretize, não haverá suprimento residual de componentes para terceiros, eliminando de uma só vez uma parcela expressiva da capacidade produtiva global dedicada ao formato SATA.
Por que os SSDs SATA ainda são relevantes no mercado
Embora o padrão SATA tenha mais de 20 anos, unidades de estado sólido de 2,5 polegadas permanecem entre os itens de tecnologia mais vendidos em grandes varejistas on-line. Há razões práticas para esse vigor:
Compatibilidade ampliada: a interface Serial ATA domina desktops e notebooks lançados ao longo de quase duas décadas. Computadores corporativos, estações de trabalho antigas e servidores de pequeno porte, portanto, reconhecem de imediato um SSD SATA sem a necessidade de adaptadores ou slots M.2.
Custo de aquisição menor: comparados a modelos NVMe, os SSDs SATA oferecem valores inferiores por gigabyte. Essa relação valor–capacidade atrai consumidores que desejam expandir o espaço de dados sem investir em hardware mais recente.
Uso secundário eficaz: muitos usuários recorrem a essas unidades para armazenar vídeos, bibliotecas de fotos e arquivos de mídia que não exigem leitura constante. Nessa situação, a velocidade extra do NVMe traz benefícios marginais, enquanto o preço reduzido do SATA se torna decisivo.
Impacto da saída da Samsung sobre a oferta de SSDs SATA
A possível retirada da Samsung cria um desequilíbrio clássico entre oferta e demanda. Como a fabricante concentra parcela significativa do fornecimento, principalmente de chips NAND de alta qualidade, seu recuo deve provocar três efeitos imediatos:
Escassez de unidades novas: revendedores que dependem do inventário da Samsung veriam o estoque se esgotar rapidamente, reduzindo a variedade de modelos e capacidades disponíveis.
Aumento de preço: com menos unidades no mercado, a competição pelo que restar tende a elevar os valores de venda. Mesmo que o SATA seja considerado obsoleto em termos de desempenho, a demanda corporativa — que prioriza confiabilidade e compatibilidade — sustenta preços superiores quando a oferta diminui.
Risco para produtos derivados: diferentemente de empresas como a Micron, que ainda fornece chips DDR e NAND a outras marcas, a Samsung atua verticalmente. Assim, a interrupção afetaria não só os próprios SSDs da companhia, mas também eventuais parcerias que dependam de seu silício.
Consequências para o segmento de SSDs NVMe e memória DRAM
A escassez de SSDs SATA cria uma cadeia de eventos que transcende esse formato. Usuários sem alternativa compatível podem migrar para SSDs NVMe de entrada, cuja instalação exige placas-mãe com slot M.2. Essa mudança tem reflexos adicionais:
Pressão sobre o NVMe: a demanda inesperada inflaciona preços de modelos de baixo custo, justamente os preferidos por quem deixa o SATA. Paralelamente, unidades NVMe com menor capacidade podem se tornar prevalentes, pois mantêm o valor final em patamares aceitáveis.
Efeito da DRAM: entre outubro e novembro, a própria Samsung já reajustou em até 60 % o valor dos chips DRAM DDR5 que vende a parceiros. Essa alta afeta o custo de produção de SSDs NVMe que usam memória cache DRAM, encarecendo ainda mais o produto final.
Cenário de longo prazo: projeções apontam que a combinação de menor oferta no SATA, migração forçada ao NVMe e encarecimento da DRAM pode manter a curva de preços ascendente até meados de 2027, ano usado como referência pelos analistas citados pelo youtuber.
Perspectivas de preços e disponibilidade até 2027
Sem data oficial para a paralisação, as repercussões já são tratadas como inevitáveis pelos observadores do setor. O calendário apresentado pelas fontes sugere:
Curto prazo (até 2026): varejistas devem reajustar valores gradualmente, conforme a Samsung diminui lotes de produção e prioriza outras linhas. Promoções de SSD SATA tendem a rarear, e o consumidor que adiar a compra encontrará inventário menor.
Médio prazo (2026–2027): a falta de reabastecimento consolidará a escassez. Modelos remanescentes poderão atingir preços historicamente altos, nível comparável ao valor atual de GPUs topo de linha em determinados mercados.
Pós-2027: especialistas acreditam que o padrão SATA continuará disponível apenas por meio de marcas menores, com produção limitada e foco em nichos corporativos específicos. A predominância absoluta deverá ser do protocolo NVMe.
O último ponto factual divulgado sustenta que os reflexos da retirada da Samsung devem permanecer perceptíveis ao menos até a metade de 2027, mesma janela de recuperação projetada para o mercado de chips DRAM após os recentes aumentos de até 60 % promovidos pela companhia.

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