Ryan Kiera Armstrong detalha bastidores de “The Lowdown”, parceria com Ethan Hawke e expectativa por 2ª temporada

Ryan Kiera Armstrong, ainda envolvida em intensos treinamentos para viver uma caçadora de monstros em outro projeto, voltou os olhos para a produção que a apresentou como Francis Raybon na série “The Lowdown”, criada por Sterlin Harjo e exibida pelo canal FX. A atriz, que concilia residência entre Nova York e Los Angeles, relatou em detalhes como foi participar da primeira temporada, que acompanhou o jornalista autodidata Lee Raybon — interpretado por Ethan Hawke — na investigação de uma morte que ele julgava suspeita. Sem confirmação oficial de renovação, Armstrong declarou estar pronta para regressar a Tulsa, Oklahoma, cidade que serviu de cenário às filmagens e que, segundo ela, revelou uma cena artística vibrante.

Quem é Francis na trama e como se deu a construção da personagem

Na narrativa da série, Francis é filha única de Lee Raybon, homem descrito como um “truthstorian”, termo que indica sua obstinação em registrar e divulgar a verdade a qualquer custo. Embora o personagem paterno se mostre amoroso, seus métodos pouco ortodoxos obrigam Francis a equilibrar duas responsabilidades: apoiar o pai em uma investigação por conta própria e, simultaneamente, tentar viver a rotina comum de uma adolescente. Armstrong enfatizou que a personagem enfrenta mudanças diárias, amadurecendo visivelmente ao longo da temporada. Ela realçou ainda que a oportunidade de retratar esse arco de evolução foi um dos principais atrativos do papel.

A dinâmica com Ethan Hawke: parceria dentro e fora de cena

Armstrong descreveu a troca profissional com Ethan Hawke como enriquecedora. Segundo a jovem atriz, o colega demonstra abertura constante a novas sugestões e exibe criatividade durante cada take, fornecendo material farto para contracenar. Ela ressaltou que a relação de afeto entre pai e filha, importante fio condutor da série, transparece graças ao empenho dos dois atores em construir nuances realistas. Em uma das sequências mais emblemáticas, gravada nas proximidades da escola de Francis, Lee argumenta que o próprio modo de vida serve de exemplo de caráter. Na avaliação de Armstrong, esse momento sintetiza o dilema de Francis: ora admirada pela postura idealista do pai, ora ansiosa para que ele permita a ela vivenciar os dilemas típicos da juventude.

Como Sterlin Harjo conduziu o set de filmagem

Responsável pela criação e direção, Sterlin Harjo, conhecido pelo trabalho em “Reservation Dogs”, foi qualificado pela atriz como um profissional sereno, cuja tranquilidade não compromete a produtividade. Armstrong mencionou que grande parte do elenco e da equipe técnica já havia colaborado em projetos anteriores do diretor, característica que lhe deu a sensação de ser recebida em uma família já estabelecida. Entre as peculiaridades diárias, destacou-se o hábito de Harjo levar um violão ao set, instrumento que, em ocasiões informais, gerava pequenas sessões improvisadas de música com participação de Ethan Hawke. Embora esses momentos de descontração exigissem a atenção do primeiro assistente de direção para manter o cronograma, a intérprete garantiu que o clima de entusiasmo nunca prejudicou o andamento das gravações.

Cenas decisivas: do lirismo à tensão investigativa

Duas passagens foram apontadas como especialmente desafiadoras para Armstrong. A primeira aconteceu ainda no início da temporada, quando Francis precisou confrontar a ousadia do pai diante dos colegas de escola. Nesse ponto, a personagem é chamada a ser adulta antes da hora, atuando quase como guardiã de Lee. A segunda ocorreu no episódio final, durante um recital de poesia que marcou também o último dia da atriz no set. Ela revelou ter sentido certa ansiedade antes de encarar o público fictício, pois o texto longo exigiu memorização intensa. Apesar do nervosismo, considerou a experiência gratificante, uma vez que nunca havia protagonizado uma cena clássica de leitura em público — recurso frequente em dramas televisivos.

Tulsa, Oklahoma: do inusitado ao encantamento

Habitante habitual de grandes centros urbanos, Armstrong relatou surpresa positiva ao descobrir o vigor artístico de Tulsa. A preferência por locações reais, em vez de estúdios com fundo verde, ofereceu à equipe a possibilidade de explorar edifícios históricos, museus e estabelecimentos locais. A atriz destacou a hospitalidade dos moradores, o recrutamento de talentos locais para pequenas participações e até mesmo momentos simples, como degustar sorvetes na cidade, como fatores que tornaram a estadia marcante. Segundo Armstrong, a imersão em um ambiente autêntico contribuiu para reforçar a identidade visual e cultural da série.

Processo de gravação e sentimentos de pertencimento

Além da liderança de Harjo, o entrosamento entre equipe e elenco foi considerado atípico pela intérprete. Ela observou um grau de dedicação incomum, tanto de atores quanto de técnicos, contexto que se estendeu do set à première do programa. Essa unidade seria, para Armstrong, um indicativo de que o projeto tem potencial para continuar. Embora a decisão caiba ao canal, a atriz salientou entusiasmo diante da possibilidade de reencontrar os colegas em uma segunda temporada.

Expectativas para uma eventual segunda temporada

Questionada sobre o que desejaria explorar em novos episódios, Armstrong declarou prontidão para qualquer caminho narrativo que os roteiristas escolherem. Ela mencionou estar aberta a sequências de ação e a novos desafios dramáticos, mantendo o desejo de aprofundar ainda mais a jornada de Francis e o vínculo com Lee Raybon. O retorno a Tulsa, na visão da atriz, seria igualmente bem-vindo, uma vez que a cidade já demonstrou suprir as necessidades logísticas e criativas do projeto.

Paralelo com o piloto de “Buffy” e o treinamento de combate

Enquanto aguarda informações sobre o futuro de “The Lowdown”, Armstrong se dedica ao piloto de um reboot de “Buffy, a Caça-Vampiros”. Em respeito às cláusulas contratuais, ela limitou-se a dizer que a experiência de trabalhar ao lado de Sarah Michelle Gellar tem sido afetuosa e inspiradora. A atriz afirmou estar revendo a série original junto aos irmãos e citou o episódio “The Body” como um dos que mais a impressionam pela densidade do roteiro. Apesar do sigilo, confirmou que o treinamento físico para o novo projeto corre em paralelo às demais atividades, evidenciando sua versatilidade entre drama investigativo e fantasia de ação.

Por que o relacionamento pai-filha é o núcleo emocional da série

Em “The Lowdown”, a investigação sobre uma possível morte violenta funciona como motor narrativo, mas Armstrong sublinhou que o cerne emocional reside na relação entre Francis e Lee. A adolescente, em fase de autodescoberta, observa o pai dirigir um pequeno negócio em condições precárias enquanto desafia autoridades locais com teorias que muitos consideram extravagantes. Para a intérprete, esse contraste — entre idealismo adulto e pragmatismo juvenil — sustenta o interesse do público ao longo da temporada e fornece espaço para múltiplas camadas de interpretação nos roteiros futuros.

Impacto do ambiente de trabalho na performance do elenco

A combinação de liderança criativa, camaradagem entre colegas, música espontânea e locações autênticas compôs um cenário que, segundo Armstrong, estimula a verdade cênica. Ela enfatizou que a sensação de pertencimento impacta diretamente a qualidade das atuações, pois os artistas se sentem seguros para experimentar. Esse clima, reforçou, esteve presente desde o primeiro ensaio até a última cena gravada, fator que considera determinante para o sucesso de qualquer produção seriada.

A soma desses elementos — um texto que valoriza laços familiares, um elenco experiente, uma equipe técnica apaixonada e a paisagem cultural de Tulsa — sustenta a convicção de Ryan Kiera Armstrong de que “The Lowdown” reúne condições favoráveis para continuar a contar a história de Francis e Lee Raybon em futuras temporadas.