Roteador antigo: como transformar o aparelho em repetidor Wi-Fi com WDS e eliminar pontos cegos

Um roteador antigo parado em alguma gaveta pode ser a solução definitiva para os cômodos onde o sinal de internet não chega. Ao ativar o recurso WDS (Wireless Distribution System), o aparelho assume o papel de repetidor, cria uma ponte sem fio com o roteador principal e expande a cobertura para áreas distantes dentro da residência. O procedimento, apoiado nas orientações técnicas oficiais de fabricantes como a TP-Link, dispensa qualquer investimento financeiro, reutiliza equipamentos já disponíveis e contribui para uma rede doméstica mais estável.

Por que reaproveitar um roteador antigo resolve pontos cegos de Wi-Fi

Diversos fatores estruturais interferem na propagação do sinal sem fio. Paredes espessas, divisórias de concreto, móveis robustos e interferências eletromagnéticas criam zonas conhecidas como “pontos cegos”. Nessas áreas, notebooks, televisores ou celulares não conseguem manter conexão satisfatória. Utilizar um roteador antigo em modo WDS amplia o alcance porque o equipamento replica o sinal, levando a cobertura para locais onde antes a internet era fraca ou inexistente.

Entendendo o funcionamento do WDS no roteador antigo

WDS é a sigla para Wireless Distribution System, sistema que possibilita a comunicação direta entre dois roteadores via radiofrequência, sem a necessidade de cabos de rede adicionais. O dispositivo principal transmite a internet; o secundário — o roteador antigo — ouve esse sinal, autentica com a mesma senha e o redistribui. A técnica cria uma “ponte” que conecta os equipamentos em extremos diferentes da casa, preservando a topologia original da rede e dispensando obras para passagem de cabos.

Passo a passo detalhado para configurar o roteador antigo em modo bridge WDS

O processo envolve acessar o painel de administração, ajustar algumas opções de rede local e garantir que ambos os aparelhos trabalhem na mesma frequência. Todas as etapas a seguir derivam das instruções oficiais divulgadas pelo suporte técnico:

1. Acesso ao painel: conecte o roteador antigo ao computador por meio de cabo Ethernet, digite o endereço IP de configuração no navegador e entre com usuário e senha.

2. Ativação do WDS: dentro das configurações wireless, localize a função “Enable WDS” e habilite-a. Em seguida, execute a busca de redes, selecione o SSID do roteador principal e insira a senha correspondente.

3. Ajustes de IP: altere o endereço IP do roteador antigo para um valor dentro do mesmo segmento da rede, mas fora do intervalo DHCP do aparelho principal, evitando conflito de endereços.

4. Desativação do servidor DHCP: desligue o DHCP no roteador antigo, pois a distribuição de endereços ficará sob responsabilidade exclusiva do roteador principal.

5. Sincronização de canal: defina um canal fixo nas opções de wireless do roteador principal e aplique o mesmo canal no roteador antigo. Caso o canal do principal mude automaticamente, a ponte pode se romper.

Benefícios de usar roteador antigo como repetidor via WDS

O reaproveitamento traz três ganhos diretos:

Economia: o custo de compra de um repetidor dedicado é eliminado, já que se utiliza um aparelho existente.

Sustentabilidade: prolongar o ciclo de vida de dispositivos eletrônicos reduz o descarte de lixo tecnológico.

Cobertura ampliada: o sinal chega a quartos, escritórios ou varandas onde a conexão era limitada, aumentando a qualidade de navegação em toda a casa.

Em residências com muitos obstáculos físicos, a diferença é perceptível. Os dados trafegam com mais estabilidade, reduzindo travamentos em videochamadas, streaming ou jogos on-line.

Limitações e cuidados ao utilizar o roteador antigo como repetidor

Apesar da eficácia, o modo WDS apresenta limitações inerentes:

Perda de velocidade: parte da largura de banda do roteador antigo é direcionada à comunicação com o principal, resultando em throughput menor para os dispositivos conectados ao repetidor.

Posicionamento estratégico: o local ideal é um ponto intermediário — distante o suficiente para cobrir a área problemática, mas próximo o bastante para receber sinal forte do roteador principal. Se ficar muito longe, a potência recebida diminui e a conexão pode oscilar.

Comparativo entre uso convencional e modo WDS no roteador antigo

No uso comum, um roteador atende um cômodo específico pela rede cabeada ou Wi-Fi limitado à área próxima. Já no modo WDS, o mesmo dispositivo expande o alcance, cobre pontos cegos sem gasto adicional e estabelece ponte sem fio entre aparelhos, de acordo com a tabela de características divulgada:

Alcance: limitado a um cômodo quando em uso convencional; amplo quando configurado com WDS.

Custo: exige aquisição de repetidores novos no cenário tradicional; custo zero ao reutilizar o equipamento.

Conexão: no uso comum, requer cabo ou proximidade; em WDS, a ponte sem fio conecta diretamente os aparelhos.

Dicas finais para manter a conexão estável após a configuração

Uma vez concluído o processo, dois fatores garantem desempenho contínuo. Primeiro, verifique periodicamente se o roteador principal permanece no canal fixo definido; mudanças automáticas podem interromper a ponte. Segundo, evite obstáculos adicionais entre os dois roteadores, pois paredes metálicas ou eletrodomésticos de grande porte atenuam o sinal.

O ajuste do canal fixo, recomendado nas instruções oficiais, assegura que o roteador antigo preserve comunicação constante com o principal e entregue Wi-Fi confiável ao quarto dos fundos.