Rio de Janeiro implantará 15 mil supercâmeras com inteligência artificial para reforçar a segurança até 2028

Uma rede municipal de vigilância baseada em inteligência artificial será gradualmente instalada no Rio de Janeiro até 2028. O projeto prevê 20 mil câmeras próprias, das quais 15 mil pertencem à categoria classificada pela prefeitura como “supercâmeras”. Esses dispositivos foram desenvolvidos para analisar milhares de situações simultâneas, executar buscas por imagem em segundos e gerar alertas em tempo real sempre que identificarem comportamentos considerados suspeitos pelas forças de segurança.
- Dimensão e finalidade do programa
- Cronograma de implantação
- Diferença de capacidade entre máquina e observador humano
- Como funciona a análise de imagens
- Exemplos de padrões em teste
- Busca descritiva versus reconhecimento facial
- Ferramenta IRIS e integração de dados
- Monitoramento de entradas e saídas da cidade
- Configuração regionalizada das funcionalidades
- Padronização visual e sinalização
- Estudo e debates paralelos
- Declaração do poder público
- Perspectivas até 2028
Dimensão e finalidade do programa
De acordo com os dados divulgados, o objetivo central da iniciativa é ampliar a produção de provas, elevar a precisão das investigações criminais e contribuir para a redução de delitos em áreas estratégicas da capital fluminense. Para isso, a rede utilizará câmeras convencionais e equipamentos de alta capacidade, todos integrados à Central de Inteligência, Vigilância e Tecnologia em Apoio à Segurança Pública (CIVITAS). O escopo torna o sistema comparável ao Smart Sampa, modelo de monitoramento em operação na cidade de São Paulo.
Cronograma de implantação
O processo de instalação ocorrerá por etapas. Segundo o planejamento oficial, a fase de implantação começa no primeiro semestre de 2026 e se estende até 2028, quando a rede deve atingir a totalidade de 20 mil câmeras. Parte dos equipamentos já passa por testes de calibração e ajuste de algoritmos, etapa considerada pela administração municipal essencial para assegurar que o desempenho atinja parâmetros classificados como seguros e confiáveis.
Diferença de capacidade entre máquina e observador humano
Enquanto um operador consegue monitorar, em média, três eventos simultâneos, cada supercâmera foi projetada para identificar até 3 000 situações diferentes no mesmo intervalo de tempo. A comparação ressalta a ampliação de alcance e a rapidez de processamento que a prefeitura busca implementar, sobretudo em áreas com alta densidade de circulação de pessoas e veículos.
Como funciona a análise de imagens
Os dispositivos utilizam algoritmos de visão computacional capazes de interpretar vídeos em tempo real ou gravados. A ferramenta cruza informações sobre tipo de veículo, cor, direção, acessórios externos, além de características de vestuário. Esse cruzamento permite rastrear trajetos, reconstruir dinâmicas criminais complexas e localizar situações de interesse em poucos segundos. Uma das metas é encurtar o intervalo entre a ocorrência do fato e a produção de evidências, reduzindo o tempo de investigação e aumentando a probabilidade de identificação de suspeitos.
Exemplos de padrões em teste
Durante a fase atual de experimentação, os algoritmos são alimentados com registros de ocorrências frequentes na cidade, como roubos, furtos, motocicletas circulando em calçadas e veículos trafegando na contramão. Ao reconhecer esses padrões, a câmera envia alertas para a CIVITAS, que pode notificar agentes em campo ou armazenar as evidências para consultas futuras.
Busca descritiva versus reconhecimento facial
Um diferencial destacado pela administração municipal é a busca descritiva. Ao contrário do reconhecimento facial convencional, que utiliza pontos biométricos para identificar pessoas, a busca descritiva compara atributos visuais — cor de roupa, modelo de automóvel e sentido de deslocamento — e oferece correspondências em segundos. Mesmo assim, as câmeras também apresentam capacidade de identificação facial. Esse recurso será integrado a bancos de dados oficiais para localizar foragidos ou cidadãos desaparecidos, respeitando, segundo a prefeitura, padrões elevados de segurança da informação.
Ferramenta IRIS e integração de dados
O sistema de backend recebe o nome de IRIS. Ele agrega os fluxos de vídeo, efetua buscas retrospectivas e ainda permite o cadastro de padrões recorrentes de crime conforme a região monitorada. A partir dessa base, a IRIS gera alertas automáticos quando ocorre um comportamento que se enquadra nos perfis cadastrados, caso de motos em calçadas ou carros na contramão. O mecanismo funciona tanto para consultas históricas quanto para notificações em tempo real.
Monitoramento de entradas e saídas da cidade
Todas as vias de acesso ao Rio de Janeiro serão contempladas por pórticos e semipórticos que abrigam as supercâmeras. Esse arranjo, segundo o planejamento, ajuda a mapear deslocamentos de veículos suspeitos e a registrar a entrada ou saída de indivíduos procurados pela Justiça. A mesma estratégia deve ser replicada em corredores de tráfego intenso dentro da área urbana.
Configuração regionalizada das funcionalidades
Cada funcionalidade de vigilância será programada de acordo com as prioridades de cada bairro. Áreas com alto índice de furtos de celular, por exemplo, podem receber algoritmos específicos para detecção de abordagens em motocicletas, enquanto regiões marcadas por infrações de trânsito podem priorizar o reconhecimento de veículos em sentido contrário. A adaptação local busca adequar a tecnologia às demandas das forças policiais e do próprio sistema de Justiça.
Padronização visual e sinalização
Além dos avanços tecnológicos, a CIVITAS deu início a um processo de padronização visual dos equipamentos. As câmeras ganharão novas cores e elementos de identidade que as tornem claramente visíveis para a população. A intenção declarada é reforçar a transparência da política de vigilância e, ao mesmo tempo, produzir um efeito dissuasório contra delitos em áreas monitoradas.
Estudo e debates paralelos
Entre os temas que permeiam iniciativas semelhantes, um estudo citado nos materiais de referência apontou que o reconhecimento facial, por si só, não reduziu a criminalidade em São Paulo. Em paralelo, empresas que atuam em redes sociais testam reconhecimento facial para identificar anúncios falsos, enquanto debates sobre vigilância no Brasil se intensificam. Esses elementos ilustram o ambiente em que a iniciativa carioca se insere, ainda que não alterem o cronograma anunciado para a capital fluminense.
Declaração do poder público
Ao apresentar o projeto, o chefe do Executivo municipal afirmou que a introdução de um parque tecnológico dessa magnitude dificultará a ação de quem pretende cometer crimes na cidade. O posicionamento ressalta a expectativa de que a tecnologia funcione como elemento de dissuasão e meio de produção de provas ao mesmo tempo.
Perspectivas até 2028
Com a conclusão prevista para 2028, a rede de 20 mil câmeras, integrada à CIVITAS e operando por meio da plataforma IRIS, reúne vigilância permanente, análise descritiva de imagens e identificação facial. Os dispositivos serão distribuídos conforme as necessidades de cada região, receberão programação em ciclos de atualização contínua e concentrarão o envio de dados em tempo real para centrais que coordenam ações policiais e judiciais. A administração municipal sustenta que a combinação de alcance territorial, análise automatizada e respostas mais rápidas resultará em maior eficiência investigativa e em um ambiente urbano mais seguro.
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