Restauração de florestas tropicais pode gerar US$ 100 bi

Restauração de florestas tropicais é mais que medida ambiental: pode movimentar até US$ 100 bilhões por ano, segundo estudo do Climate Policy Initiative com a PUC-Rio, encomendado pelo presidente da COP30, embaixador André Corrêa do Lago.
O relatório apresenta o Mecanismo de Reversão de Desmatamento (RDM), que recompensa jurisdições pelo saldo líquido de carbono capturado com reflorestamento, descontadas as emissões de desmate e degradação. A proposta cobriria 91 países, inclusive o Brasil, onde a falta de financiamento robusto freia projetos de larga escala.
Restauração de florestas tropicais pode gerar US$ 100 bi
Desenhado como complemento ao JREDD+ e ao Tropical Forest Forever Facility, o novo instrumento prevê pagamentos anuais por resultados, administrados por fundos dedicados à proteção florestal e uso sustentável da terra. A um preço de US$ 50 por tonelada de CO2, cada hectare restaurado poderia gerar receita superior a US$ 5 mil, totalizando 170 milhões de hectares elegíveis no mundo.
Nos primeiros anos, o RDM teria potencial para remover até 2 gigatoneladas de CO2 anualmente, o equivalente a 11–13 % da redução global necessária para limitar o aquecimento a 2 °C em 2035, estimativa alinhada ao Relatório de Lacuna de Emissões do PNUMA (2024).
Além da captura de carbono, florestas tropicais regulam chuvas, sustentam mais de um bilhão de pessoas e abrigam biodiversidade ímpar. No entanto, aquecimento, secas prolongadas e incêndios crescentes ameaçam sua resiliência, criando um ciclo de vulnerabilidade que agrava a crise climática.
Segundo o documento, uma política florestal eficaz depende de desenho sólido, condições favoráveis e incentivos que resistam a ciclos políticos. “As florestas devem deixar as margens e passar à vanguarda das estratégias climáticas”, reforçam os autores.
Para especialistas, atrelar fluxo financeiro a resultados de carbono auditados torna o RDM transparente e escalável. A iniciativa será discutida em novembro, na COP30, em Belém, e integrará o pacote de financiamento de US$ 1,3 trilhão para a transição energética.
Entidades globais, como o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, defendem mecanismos semelhantes para acelerar metas climáticas e de desenvolvimento sustentável.
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Crédito da imagem: dennisvdw/iStock
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