Recuperação de dados é a expressão que tem guiado empresas vítimas de ransomware ao recorrer à brasileira Digital Recovery, criada no interior de Goiás e hoje presente em projetos globais.
Entre 2023 e 2025, os ataques de criptografia e extorsão digital continuaram intensos, mas o valor pago em resgates recuou. Segundo a Chainalysis, os criminosos receberam US$ 814 milhões em 2024, 35% a menos que no ano anterior, reflexo direto de negociações mais duras e da atuação de especialistas em restauração de sistemas.
Recuperação de dados: Digital Recovery enfrenta ransomware
O diferencial da Digital Recovery começa pela preservação forense do ambiente. A equipe isola os servidores, clona discos em modo bit a bit e coleta amostras do malware. Em seguida, analisa a variante para localizar falhas na criptografia ou reconstruir cabeçalhos corrompidos, recorrendo a snapshots, logs de journaling e metadados.
Esse processo permitiu à companhia evitar cerca de US$ 140 milhões em pagamentos, valor calculado a partir das demandas iniciais dos cibercriminosos em casos concluídos sem desembolso. “Nosso histórico em disaster recovery ajudou a entender o comportamento dos grupos de ransomware e a criar ferramentas próprias de descriptografia”, afirma Henrique Sardinha, CEO do grupo.
O Brasil concentra incidentes de alto impacto, como os que atingiram Lojas Renner, CVC Corp e Porto Seguro em 2021. No State of Ransomware 2025, 66% das organizações nacionais afetadas admitiram ter pago alguma quantia aos invasores, enquanto 73% utilizaram backups na retomada das operações. Ainda assim, o custo médio de recuperação, sem o resgate, chegou a US$ 1,19 milhão.
A estratégia da Digital Recovery encaixa-se nesse cenário: trabalhar após o incidente para quebrar a dependência do pagamento, em cooperação com equipes de forense, jurídico e comunicação de crise. A abordagem ganha relevância à medida que forças-tarefa internacionais, como a operação Cronos que desmantelou parte da infraestrutura do LockBit em 2024, intensificam a pressão sobre as quadrilhas.
Na América Latina, o SonicWall Cyber Threat Report apontou alta de 259% no volume de ransomware de 2023 para 2024, reforçando a urgência de respostas técnicas capazes de reduzir o tempo de inatividade e proteger dados sensíveis.
Com o aumento da exfiltração como etapa central da chantagem, conter vazamentos, preservar evidências e acelerar a restauração tornaram-se prioridades simultâneas. É nesse ponto que a Digital Recovery se consolida como aliada de conselhos e CFOs que buscam limitar prejuízos sem incentivar o crime.
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Crédito da imagem: TecMundo