Reconhecimento do Estado Palestino pelo Reino Unido

Reconhecimento do Estado Palestino será oficializado pelo primeiro-ministro britânico, Sir Keir Starmer, em comunicado previsto para a tarde de domingo, informaram fontes governamentais.

De acordo com o gabinete do premiê, a decisão vem após meses de pressão interna e externa para que Londres adotasse posição mais firme diante da crise em Gaza. Em julho, Starmer havia condicionado a mudança a um cessar-fogo, à libertação dos reféns e a um compromisso israelense com negociações de paz.

Reconhecimento do Estado Palestino pelo Reino Unido

A medida rompe a linha diplomática de sucessivos governos que defendiam reconhecer a Palestina apenas no contexto de um acordo final. Ministros afirmam que o agravamento humanitário em Gaza, descrito pelo premiê como “intolerável”, e a expansão contínua de assentamentos israelenses na Cisjordânia, considerados ilegais pelo direito internacional, tornaram necessária uma ação “de impacto moral”.

Desde o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, que deixou 1.200 mortos e 251 sequestrados, Israel rejeita categoricamente qualquer plano para um Estado palestino. O premiê israelense, Benjamin Netanyahu, reagiu chamando o gesto britânico de “recompensa ao terror”. Famílias de 48 reféns ainda detidos em Gaza enviaram carta a Starmer pedindo que o anúncio fosse adiado até a libertação de todos.

A ofensiva israelense em Gaza, classificada por um alto representante da ONU como “catastrófica”, já deslocou centenas de milhares de pessoas e resultou em mais de 65 mil mortes, segundo o ministério da Saúde administrado pelo Hamas. Nesta semana, uma comissão de inquérito das Nações Unidas concluiu que Israel cometeu genocídio, acusação rejeitada por Tel Aviv. O governo britânico cita esses fatos, além do polêmico projeto de assentamento E1, como justificativa adicional para reconhecer a Palestina.

Países como Espanha, Irlanda e Noruega já deram o mesmo passo no ano passado, enquanto Portugal, França, Canadá e Austrália sinalizaram apoio. Atualmente, cerca de 75% dos membros da ONU reconhecem o Estado palestino, que ainda não possui fronteiras definidas, capital oficial ou Forças Armadas.

Em entrevista ao serviço em português da BBC, analistas avaliaram que o movimento britânico pretende reativar o processo de dois Estados, ideia que prevê Palestina soberana na Cisjordânia e Gaza, com Jerusalém Oriental como capital, coexistindo com Israel.

O Ministério das Relações Exteriores do Reino Unido informou que apresentará nas próximas semanas novas sanções ao Hamas. Já a líder conservadora Kemi Badenoch criticou o timing da decisão e reiterou que o reconhecimento “sem a libertação dos reféns premiará o terrorismo”.

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Crédito da imagem: PA Media

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