Rebeldes M23 teriam executado 140 civis na RD Congo
Rebeldes M23 teriam executado 140 civis na RD Congo
Rebeldes M23 teriam executado 140 civis na RD Congo, segundo relatório divulgado nesta quarta-feira (14) pela Human Rights Watch (HRW). A organização afirma que os ataques ocorreram entre 10 e 30 de julho em 14 vilarejos próximos ao Parque Nacional Virunga, na província de Kivu do Norte, leste da República Democrática do Congo (RD Congo).
Rebeldes M23 teriam executado 140 civis na RD Congo
Testemunhas ouvidas pela HRW relataram execuções sumárias com uso de facões e armas de fogo contra moradores majoritariamente da etnia hutu. Em alguns casos, corpos foram lançados no rio Rutshuru ou obrigados a ser enterrados imediatamente, impedindo funerais. Uma mulher contou que cerca de 70 mulheres e crianças foram alinhadas na margem do rio antes de tiros serem disparados; ela sobreviveu ao cair na água.
A HRW alerta que o número de mortos pode ultrapassar 300, corroborando investigação recente do Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos. O documento também aponta envolvimento de militares das Forças de Defesa de Ruanda na ofensiva rebelde, acusação que Kigali nega categoricamente.
O movimento M23, que retomou as armas em 2021 e já controla partes ricas em minerais, afirma combater o grupo hutu FDLR, formado por responsáveis pelo genocídio de 1994 em Ruanda. Ainda assim, nega responsabilidade pelo massacre, classificando as denúncias como “distorção flagrante dos fatos”.
Os ataques ocorreram apesar de um processo de paz conduzido pelos Estados Unidos e pelo Catar. Em junho, Kinshasa e Kigali firmaram acordo prevendo a neutralização do FDLR, e o governo congolês assinou cessar-fogo separado com o M23 em Doha. Na semana passada, porém, os rebeldes abandonaram as negociações, acusando o governo de não cumprir compromissos, enquanto o exército congolês os acusa de violar o cessar-fogo.
Diante da escalada, a HRW pede que Conselho de Segurança da ONU, União Europeia e governos ampliem sanções e exijam a prisão de comandantes envolvidos. Mais detalhes sobre o relatório podem ser lidos no site da Human Rights Watch.
O conflito já provocou milhares de mortes e deslocou centenas de milhares de civis, segundo a ONU. Continue acompanhando a cobertura sobre segurança e direitos humanos em nosso portal; acesse outros destaques e fique informado.
Crédito da imagem: AFP

Imagem: Internet