Ransomware paralisa check-in em grandes aeroportos europeus

Ransomware paralisa check-in em grandes aeroportos europeus e obriga companhias aéreas a recorrerem a processos manuais desde a noite de sexta-feira (14). O software malicioso atingiu o sistema automático de check-in e embarque, causando atrasos e cancelamentos em alguns dos terminais mais movimentados do continente.

A Agência da União Europeia para Cibersegurança (ENISA) confirmou que o ataque criptografou dados da plataforma Muse, desenvolvida pela norte-americana Collins Aerospace. De acordo com o órgão, as forças de segurança já investigam a autoria e o tipo exato de ransomware usado, prática comum de grupos que exigem resgate em bitcoin para restaurar sistemas.

Ransomware paralisa check-in em grandes aeroportos europeus

No Aeroporto de Heathrow, em Londres, um comunicado interno obtido pela BBC orientou as companhias a manterem procedimentos manuais enquanto mais de mil computadores passam por restauração física. Embora “a grande maioria dos voos” tenha sido mantida, a gestora aconselha passageiros a confirmarem o status antes de deixar casa. Até domingo (16), cerca de metade das empresas aéreas, incluindo a British Airways, já operava com um ambiente de contingência.

O impacto também alcançou Berlim e Bruxelas. A capital alemã segue embarcando viajantes manualmente e não há previsão para o retorno integral dos sistemas. Na Bélgica, o aeroporto solicitou o cancelamento de quase 140 dos 276 voos programados para esta segunda-feira (17) enquanto a fornecedora “trabalha ativamente” na correção.

Fontes ouvidas pela imprensa indicam que a Collins chegou a reconstruir o ambiente de TI, mas percebeu que os invasores ainda tinham acesso. Em nova orientação às companhias, a empresa pediu que computadores conectados ao Muse permaneçam ligados para facilitar atualizações presenciais — etapa considerada crítica por envolver estações potencialmente “corrompidas”.

Segundo relatório recente da Thales, os ataques cibernéticos ao setor de aviação subiram 600% no último ano, refletindo a lucratividade do crime: gangues internacionais arrecadam centenas de milhões de dólares anuais em resgates. O Reino Unido registrou casos emblemáticos, como o da varejista Marks & Spencer, que gastou pelo menos £400 milhões para se recuperar de incidente semelhante em abril.

Enquanto a ENISA monitora o cenário europeu, o Centro Nacional de Segurança Cibernética britânico colabora com o Departamento de Transportes e com a própria Collins Aerospace para avaliar o alcance da intrusão, conforme informou o BBC.

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Crédito da imagem: EPA

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