Radicalização em plataformas de games vira alvo do Congresso: o Comitê de Supervisão e Reforma Governamental da Câmara dos Estados Unidos convocou os CEOs de Reddit, Discord, Steam e Twitch para detalhar como pretendem conter a propagação de discurso de ódio e a organização de ataques violentos em seus fóruns.
As cartas enviadas aos executivos mencionam a necessidade de entender de que forma esses ambientes digitais podem incentivar atos politicamente motivados. O presidente do Comitê, deputado James Comer, citou o assassinato do ativista conservador Charlie Kirk e outras ações extremistas como exemplos da urgência do debate.
Radicalização em plataformas de games vira alvo do Congresso
Cada CEO terá cinco minutos para apresentar uma declaração inicial antes de responder às perguntas dos parlamentares. Segundo o TechCrunch, a investigação busca identificar falhas de moderação que permitam a radicalização de usuários, especialmente em canais originalmente criados para comunidades de jogos.
Casos recentes reforçaram a preocupação. Autoridades acreditam que Tyler Robinson, suspeito do assassinato de Charlie Kirk, teria usado o Discord para planejar o crime. Já o protesto supremacista Unite the Right, de 2017, e ataques como o tiroteio em Buffalo, em 2022, também teriam sido articulados nos servidores da plataforma.
Relatório do site Polygon aponta que fóruns da Steam e do Discord abrigam grupos que coordenam assédios e pregam ideologias neonazistas, supremacistas ou misóginas. Apesar da pressão anterior do Congresso, essas comunidades continuam ativas, desviando o foco das discussões sobre games para pautas extremistas.
Em resposta à convocação, as empresas reafirmaram suas políticas de segurança. O Discord declarou estar “em contato contínuo com formuladores de políticas” e pronto para manter o diálogo. O Reddit destacou regras rígidas contra conteúdo que incite violência ou ódio. Procuradas pelo TechCrunch, Twitch e Steam não se pronunciaram.
Para o deputado Comer, a audiência é essencial para “evitar a radicalização e a violência futuras disseminadas pelas plataformas online”. As dúvidas principais giram em torno da eficácia dos sistemas de moderação e da cooperação das empresas com agências de segurança.
A audiência ainda não tem data divulgada, mas deverá ocorrer nas próximas semanas, quando os parlamentares esperam detalhar estratégias de monitoramento de comunidades, uso de inteligência artificial na moderação e políticas de suspensão de contas envolvidas em atividades extremistas.
O tema também reacende o debate sobre a responsabilidade das plataformas na proteção de seus usuários e na prevenção de crimes organizados digitalmente. A expectativa é que, após o depoimento, o Congresso proponha novas diretrizes ou leis de responsabilidade civil para redes sociais e serviços de jogos.
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