Queda de rochas na Lua é mapeada pela primeira vez

Queda de rochas na Lua ganha novo capítulo na ciência espacial: pesquisadores mapearam 245 trajetos deixados por blocos que despencam de penhascos lunares, levantam poeira e formam a chamada “espinha de peixe”. O resultado, divulgado na revista Icarus na última segunda-feira (15), contraria a ideia de que o satélite estaria geologicamente morto.

Sob a liderança de Sivaprahasam Vijayan, do Laboratório de Pesquisa em Física de Ahmedabad (Índia), a equipe analisou centenas de imagens entre as latitudes 40° S e 40° N. Nessas regiões, a iluminação solar destaca os rastros brilhantes de material subsolo trazido à superfície, conhecidos como ejetos de queda de rochas (EBC).

Queda de rochas na Lua é mapeada pela primeira vez

O estudo examinou cerca de 373 km de trilhas em 71 localidades, usando registros do orbitador Lunar Reconnaissance Orbiter (LRO) captados de 2009 a 2022. Rochas de dezenas a centenas de metros, pesando várias toneladas, foram identificadas fora de seus pontos originais, sinalizando movimentações recentes na crosta lunar.

Para estimar a idade dos trajetos, os cientistas compararam os EBC com mantos de ejetos de impacto, frequentemente utilizados como “relógios” geológicos. Crateras próximas indicaram cerca de 400 mil anos, sugerindo que as quedas ocorreram depois desse período, o que reforça a atividade sísmica ou de impacto mais recente.

O mapeamento também apontou possíveis falhas tectônicas e crateras que podem ter desencadeado os deslizamentos. A localização precisa desses pontos é vista como crucial para a escolha de áreas mais seguras em futuras missões tripuladas ou robóticas.

Na próxima fase, o grupo pretende integrar inteligência artificial à análise das imagens, além de recomendar a instalação de sismógrafos nas regiões mais ativas. Com monitoramento contínuo, a queda de rochas na Lua poderá revelar detalhes únicos sobre a evolução do interior do satélite nas próximas décadas.

Esta descoberta consolida a Lua como laboratório natural para estudar processos geológicos fora da Terra e reforça a necessidade de missões que investiguem, in loco, a dinâmica de sua superfície.

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Imagem: S. Vijayan 2025

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