Protestos no Nepal: Exército patrulha Katmandu após caos

Protestos no Nepal: Exército patrulha Katmandu após caos marcaram a madrugada desta quarta-feira, quando militares passaram a circular pelas principais avenidas da capital para conter novos focos de violência.

Os atos, motivados por denúncias de corrupção e nepotismo, já resultaram em mais de 20 mortes desde segunda-feira. O governo informou que 27 pessoas foram presas por saques e incêndios, e 31 armas de fogo foram apreendidas. Há um toque de recolher nacional em vigor até a manhã de quinta-feira.

Protestos no Nepal: Exército patrulha Katmandu após caos

A crise ganhou força após a frustrada tentativa do então primeiro-ministro KP Sharma Oli de proibir 26 redes sociais, entre elas WhatsApp, Instagram e Facebook. A medida, revogada na segunda à noite, não conteve a insatisfação popular, que se ampliou com a campanha online “nepo kid”, expondo o estilo de vida luxuoso de filhos de políticos.

Na terça-feira, manifestantes incendiaram a sede do Partido do Congresso Nepali, integrante da coalizão de governo, e depredaram a residência do ex-premiê Sher Bahadur Deuba. O prédio do Parlamento foi invadido e queimado, enquanto o complexo Singha Durbar, que abriga ministérios, também sofreu danos severos. A Suprema Corte suspendeu todas as audiências após seu plenário ser destruído pelas chamas.

Diante do caos, Oli apresentou carta de renúncia ao presidente Ramchandra Paudel, deixando um vácuo de poder. “Renuncio para facilitar uma solução constitucional e política”, afirmou. Ainda não há consenso sobre o sucessor.

Grupos da Geração Z, que organizam os protestos, divulgaram nota dissociando-se dos atos de vandalismo. Eles afirmam que a mobilização “permanece pacífica” e culpam “infiltrados oportunistas” pela destruição. O porta-voz do Exército, coronel Rajaram Basnet, também atribuiu o aumento da violência a “indivíduos e grupos anarquistas” que se aproveitam da situação.

Para especialistas ouvidos pela BBC, o estopim foi a censura digital, mas a insatisfação popular reflete anos de escândalos e promessas não cumpridas de reformas políticas no país himalaio.

Os jovens manifestantes exigem um governo “transparente, estável e livre de elites corruptas”. Enquanto isso, os militares prometem punir qualquer envolvido em saques ou incêndios. Katmandu segue tensa, com prédios ainda fumegando e veículos carbonizados espalhados pelas ruas.

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Crédito da imagem: Getty Images

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