Protestos em Madagascar: pressão Gen Z derruba governo

Protestos em Madagascar: pressão Gen Z derruba governo

Protestos em Madagascar se espalharam por nove cidades na última semana, provocando a queda do gabinete do presidente Andry Rajoelina e deixando ao menos 22 mortos, segundo estimativa da ONU. A mobilização, considerada a maior em 15 anos, começou com a indignação popular diante de cortes diários de energia e água, mas rapidamente se transformou em contestação direta ao governo.

O estopim veio em 19 de setembro, quando dois vereadores que planejavam uma manifestação pacífica contra a estatal Jirama foram presos na capital Antananarivo. A ação foi vista como tentativa de silenciar críticas e impulsionou o surgimento do movimento juvenil Gen Z Mada, que coordenou atos via Facebook e TikTok.

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Protestos em Madagascar: pressão Gen Z derruba governo

No último segunda-feira, Rajoelina demitiu todos os ministros alegando má gestão, mas a decisão não conteve os protestos. Bandeiras com “Rajoelina out” passaram a dominar as ruas enquanto sindicatos — entre eles a Solidariedade Sindical Malagasy — e organizações civis aderiam à pauta dos jovens, exigindo melhorias nos serviços básicos e responsabilização pelas mortes registradas.

Escalada de violência e resposta do governo

Forças de segurança foram mobilizadas em massa. Relatos de uso de gás lacrimogêneo, canhões de água e um toque de recolher do anoitecer ao amanhecer marcaram o clima de tensão. O Ministério das Finanças chegou a ser incendiado durante episódios de pilhagem. Apesar de prometer recursos financiados pelo Banco Mundial para modernizar a rede elétrica, o governo contestou os números da ONU, classificando-os como “rumores e desinformação”.

Geração Z assume protagonismo político

Sem manifesto formal, Gen Z Mada cobra a renúncia do presidente, “limpeza” da Assembleia Nacional e investigação independente sobre as mortes. Apoiada publicamente pelo ex-presidente Marc Ravalomanana e pelo oposicionista Siteny Randrianasoloniaiko, a juventude vê nas redes sociais sua principal arma de mobilização. Especialistas ouvidos pela ONU alertam que a repressão pode prolongar a crise e aprofundar a fragmentação política.

Pobreza estrutural e riscos de instabilidade

Com 75% da população abaixo da linha da pobreza e só um terço dos 30 milhões de habitantes com acesso regular à eletricidade, Madagascar convive com sucessivas crises desde a independência em 1960. Rajoelina, que chegou ao poder pela primeira vez após protestos em 2009 e foi reeleito em 2023 em votação contestada, tenta evitar que a crise atual se transforme em impasse militar — cenário que, segundo analistas, depende da postura das Forças Armadas diante de ordens de repressão.

Enquanto escolas permanecem fechadas e igrejas são sugeridas como mediadoras de um diálogo nacional, o futuro político da ilha permanece incerto, mas a pressão das ruas indica que a Geração Z ganhou voz determinante no país.

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Crédito da imagem: Getty Images/BBC

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