Protestos em Jerusalém pressionam Netanyahu por acordo

Protestos em Jerusalém voltaram a ocupar as ruas no sábado (27), reunindo mais de 15 mil pessoas que exigem do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu um acordo imediato para libertar os 48 reféns ainda mantidos pelo Hamas e pôr fim à ofensiva militar em Gaza.

Familiares dos sequestrados lideraram o ato na Praça Paris, a poucos metros da residência oficial do premiê. Manifestações simultâneas ocorreram em Tel Aviv, reforçando a pressão sobre o governo, que mantém a meta de “vitória total” sobre o grupo islamista enquanto rejeita propostas parciais de troca de prisioneiros.

Protestos em Jerusalém pressionam Netanyahu por acordo

Segundo os organizadores, cerca de 20 dos reféns ainda estariam vivos. Eles integram o grupo de 251 pessoas levadas para Gaza durante o ataque de 7 de outubro de 2023, quando militantes do Hamas mataram 1.200 israelenses. Em resposta, Israel lançou uma campanha militar que, conforme o Ministério da Saúde administrado pelo Hamas, já provocou 64.368 mortes palestinas. O governo israelense contesta esses números.

Discursando diante da multidão, Anat Angrest — mãe do soldado Matan Angrest — advertiu Netanyahu: “Se algo acontecer, o senhor pagará por isso. É a palavra de uma mãe”. Palavras semelhantes ecoaram de outros parentes, que temem que a ampliação dos combates coloque em risco a vida dos reféns.

A despeito da crescente pressão interna e de apelos internacionais, as Forças de Defesa de Israel preparam nova incursão terrestre para assumir o controle total da Faixa de Gaza. O ministro da Defesa, Israel Katz, publicou vídeos de prédios demolidos em Gaza City, afirmando que a operação “apenas começou”. Katz já havia prometido “abrir os portões do inferno” contra o enclave.

Governos estrangeiros também intensificam os pedidos por cessar-fogo. “Estamos extremamente preocupados com o desastre humanitário em Gaza e reiteramos nosso apelo para que Israel interrompa a ofensiva”, disse o chanceler dinamarquês Lars Rasmussen, durante visita a Jerusalém. A declaração veio no mesmo dia em que a ONU alertou que nenhuma área do território palestino pode ser considerada segura.

A comunidade internacional acompanha o impasse. Reportagem da BBC News destaca que parte da cúpula militar israelense avalia ter alcançado o limite dos ganhos estratégicos possíveis sem agravar ainda mais a crise humanitária e o risco aos sequestrados.

Netanyahu, contudo, mantém o discurso de que apenas a derrota completa do Hamas garantirá o retorno dos reféns. “Se eu tiver de escolher entre a vitória sobre nossos inimigos e a propaganda maligna contra nós, escolho a vitória”, afirmou no domingo (28), confirmando que as tropas “aprofundam manobras” em torno de Gaza City.

Enquanto as negociações permanecem emperradas, autoridades locais relataram 87 mortes em bombardeios nas últimas 24 horas e outras cinco por fome e desnutrição, incluindo três crianças.

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Crédito da imagem: EPA

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