Primeira-ministra do Nepal assume após protestos letais — A nova primeira-ministra do Nepal, Sushila Karki, 73 anos, foi empossada na noite de sexta-feira, dias depois de manifestações anti-corrupção que terminaram com mais de 50 mortos e a renúncia do ex-chefe de governo KP Sharma Oli.
Karki, ex-presidente da Suprema Corte e primeira mulher a comandar o país himalaio, foi indicada após um acordo entre o presidente Ram Chandra Poudel e líderes do movimento liderado pela geração Z, que exigia reformas e o fim da impunidade.
Primeira-ministra do Nepal assume após protestos letais
O parlamento foi dissolvido e eleições gerais foram marcadas para 5 de março do próximo ano, cumprindo o prazo de seis meses para um novo pleito. A gestão interina precisará restabelecer a ordem, reconstruir o complexo do Singha Durbar — incendiado pelos manifestantes — e dialogar com os jovens que ocupam as ruas de Katmandu.
Os protestos começaram depois que o governo proibiu 26 redes sociais, incluindo WhatsApp, Instagram e Facebook. Embora a medida tenha sido revogada na segunda-feira, as manifestações cresceram, alimentadas por denúncias de nepotismo e enriquecimento ilícito da elite política. Segundo a BBC News, ao menos 19 pessoas morreram em confronto direto com a polícia apenas na capital.
Considerada de “imagem limpa” por analistas, Karki conta com apoio dos estudantes que lideraram os atos. Na terça-feira, ela visitou o principal ponto de protesto e hospitais que tratam feridos, reforçando o compromisso de conduzir um governo de transição “transparente e inclusivo”.
A nomeação resultou de mediação do comandante do Exército, que mantém patrulhas nas ruas para evitar novos distúrbios. Além de organizar a eleição, o gabinete provisório terá de tranquilizar setores que temem retrocessos na jovem democracia nepalesa.
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Crédito da imagem: EPA/Shutterstock