Por que ter seguidores já não garante alcance nas redes sociais

Por que ter seguidores já não garante alcance nas redes sociais

Alcance nas redes sociais deixou de ser um reflexo direto do tamanho da base de seguidores. Desde 2025, feeds inteiramente algorítmicos passaram a decidir o que cada usuário vê, obrigando criadores, influenciadores e empresas a repensar a estratégia de distribuição de conteúdo em um cenário marcado por fragmentação de atenção, ceticismo em relação à inteligência artificial e crescimento acelerado de formatos curtos.

Índice

Do número de seguidores ao domínio dos algoritmos no alcance nas redes sociais

Até poucos anos atrás, a métrica mais observada em perfis de redes sociais era a quantidade de seguidores. A lógica sugeria que, quanto maior a audiência acumulada, maior seria o potencial de visualizações, curtidas e compartilhamentos. Essa relação direta perdeu força em 2025, quando plataformas diversas passaram a adotar feeds algoritmizados como padrão, priorizando variáveis de engajamento em tempo real em detrimento da afinidade histórica entre criador e público.

Executivos da chamada economia dos criadores apontam que, no novo modelo, a publicação de um conteúdo não garante que ele apareça nem mesmo para quem clicou em “seguir”. O algoritmo avalia sinais como retenção de vídeo, percentual de conclusão e interação nos primeiros minutos para decidir se vale distribuir o material de forma mais ampla. Dessa forma, o tamanho da audiência tornou-se secundário, e a capacidade de “conquistar o algoritmo” passou a definir a performance.

Impacto imediato da mudança no alcance nas redes sociais

A transformação afeta desde influenciadores voltados para moda e beleza até streamers de games, podcasters e produtores independentes de vídeo curto. A distribuição algorítmica dilui a previsibilidade de resultados, tornando arriscado depender apenas de postagens orgânicas para manter fluxo de receita. Para negócios baseados em confiança, como programas de afiliados ou recomendações de produtos, o desafio é ainda maior: se o conteúdo não chega ao público fiel, a relação de credibilidade tende a enfraquecer.

Jack Conte, do Patreon, já alertava para o problema antes mesmo de a virada algorítmica se consolidar. Em 2025, porém, o impacto se espalhou de maneira uniforme por toda a indústria, segundo relatos ao portal especializado que analisou o fenômeno. O resultado prático é a busca por modelos que restabeleçam contato direto com a audiência, minimizando interferências externas.

Confiança em alta: o estudo que contraria o pessimismo

A LTK, plataforma que conecta criadores a marcas via marketing de afiliados, registrou queda drástica no peso do número de seguidores para fechar campanhas. Mesmo assim, um levantamento encomendado pela empresa à Northwestern University trouxe um dado que surpreende: a confiança do público em criadores subiu 21 % em apenas um ano. A hipótese aventada pela companhia é que a proliferação de conteúdo gerado por inteligência artificial foi recebida com desconfiança, elevando o valor de experiências descritas como genuinamente humanas.

O mesmo estudo mostra que 97 % dos diretores de marketing planejam ampliar investimentos em influenciadores. Ainda que o alcance orgânico seja mais incerto, a percepção de que figuras reconhecidas podem driblar a saturação algorítmica mantém o canal atrativo para campanhas comerciais, sobretudo nos segmentos de moda, beleza e tecnologia de consumo.

Estratégias dos criadores para reconquistar alcance nas redes sociais

Entre os caminhos mais citados pelos profissionais do setor está a formação de comunidades pagas ou a migração para plataformas com menor dependência de algoritmos. Grupos fechados em aplicativos de mensagem, newsletters por e-mail e espaços de nicho, como Strava ou Substack, ganham força justamente pela promessa de entrega garantida. Criadores ligados à LTK veem nesse movimento uma forma de sustentar o engajamento sem depender exclusivamente de variáveis controladas pelas grandes redes.

Para streamers, videopodcasters e produtores de clipes verticais, a alternativa passa por técnicas de crescimento acelerado. O objetivo é gerar grande volume de conteúdos e testar, em questão de minutos, quais peças despertam a atenção do algoritmo. A prática reduz a dependência de um único “vídeo campeão” e aumenta as chances de algum recorte ganhar tração espontânea.

Clipping massivo: o papel dos ‘clippers’ no novo ecossistema

Uma tática que se espalhou a partir de servidores no Discord envolve recrutar adolescentes ou jovens adultos para atuar como clippers. Eles garimpam transmissões ao vivo de streamers populares, recortam trechos potencialmente virais, adicionam legendas e publicam versões curtas em múltiplas contas. Eric Wei, da Karat Financial, observa que grandes nomes do streaming aderiram ao método ao perceber que um vídeo pode viralizar independentemente do histórico da conta que o hospeda.

Nesse modelo, o incentivo financeiro é claro: o clipper recebe parte da receita proporcional às visualizações. Para o criador principal, o ganho está na ampliação do alcance nas redes sociais sem investimento direto em promoção paga. No entanto, Reed Duchscher, que já gerenciou a carreira de MrBeast, ressalta que o sistema implica custos operacionais relevantes e apresenta limites de escala, uma vez que nem todo trecho consegue manter padrão de qualidade aceitável.

Fragmentação, ‘slop’ e o futuro do alcance nas redes sociais

O crescimento do clipping e de estratégias orientadas a volume contribuiu para a multiplicação de conteúdos repetitivos ou de baixa qualidade, fenômeno rotulado como slop. A expressão ganhou tanta projeção que foi escolhida como palavra do ano por um dos principais dicionários de língua inglesa. Paralelamente, pesquisa citada pela CEO da LTK indica que 94 % das pessoas sentem que redes sociais deixaram de ser “sociais” no sentido original, e mais de metade do público já desloca parte do tempo para comunidades especializadas.

Nesse ambiente mais segmentado, especialistas avaliam que criadores focados em nichos tendem a se sair melhor do que perfis generalistas de longa data. A distribuição algorítmica identifica interesses específicos com maior precisão, entregando vídeos ou textos a micro-públicos muito definidos. Isso dificulta que um único criador domine diversos temas simultaneamente, mas abre oportunidade para talentos que atuam em áreas hiper-segmentadas, como treino funcional para corredores ou análises de hardware voltadas a desenvolvedores.

O debate sobre modelos sustentáveis de distribuição continua em curso, e a próxima etapa observada pelos executivos do setor é medir o desempenho de comunidades pagas, clippers e campanhas de afiliados ao longo do próprio 2025, ano que consolidou a mudança algorítmica nas principais plataformas.

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