Ponto de Crochê Moss Stitch Chevron: Guia para Mantas
Neste tutorial completo você vai dominar o ponto de crochê Moss Stitch Chevron (ou Linen Stitch Ripple), aprender a fazer a corrente inicial correta, trocar de cores sem embolar fios e evitar os erros que mais frustram iniciantes.
No final você estará pronto para confeccionar mantas de temperatura, cachecóis “scrappy” e qualquer peça que peça ritmo, textura e criatividade.
Se você está procurando um ponto de crochê fácil, bonito e cheio de possibilidades, pode parar por aqui — o Moss Stitch Chevron é tudo isso e mais um pouco. Combinando pontos baixos e correntinhas, ele forma essas ondas delicadas que lembram montanhas, criando um efeito visual super hipnotizante.
Esse ponto é perfeito pra quem quer fazer uma manta de temperatura cheia de significado ou até mesmo aproveitar aquelas sobras de fio que ficam esquecidas na gaveta. E o melhor: você não precisa ser expert pra começar!
Então, pega sua agulha, escolhe os novelos que você mais ama e vem comigo — vamos criar algo lindo juntos!
Assista o video:
1. Materiais Necessários e Preparação
1.1 Itens básicos
Comece reunindo os seguintes materiais:
- Agulha de crochê 4 mm a 5 mm (ou compatível com o fio escolhido).
- Fios de várias cores – algodão, acrílico ou blends, espessura médio (Category 4) para mantas.
- Tesoura afiada.
- Agulha de tapeçaria para arremates.
- Marcadores de pontos (opcional, mas salvam vidas!).
1.2 Ajustando-se ao projeto
A principal indicação de Em (Meema) é usar restos de fios para projetos “scrappy” ou escolher 7 – 10 tons que representem faixas de temperatura, caso você deseje crochetar uma manta anual. Considere a largura final: cada sequência completa do gráfico ocupa 19 correntinhas + 2. Meça o local onde a manta será usada, faça uma amostra de 19+2 pontos, lave, seque e ajuste o número de repetições conforme a amostra.
1.3 Cuidados pré-crochê
Etiquetas de fio especificam cor, lote e composição. Como iremos trocar muitas cores, garanta novelos de mesmo lote se desejar uniformidade. Para mantas de temperatura, mantenha uma legenda escrita no seu caderno ou aplicativo de notas indicando a cor que representa cada faixa térmica.
2. Entendendo o Ponto Moss Stitch Chevron
2.1 Anatomia do ponto
O Moss Stitch tradicional alterna ponto baixo + correntinha + pulo de ponto, criando textura semelhante a linho. Quando inserimos aumentos (picos) e diminuições (vales) em pontos específicos, o ponto forma um chevron, ou seja, uma “onda/ripple”. O segredo está em dois conjuntos:
- 2 pontos baixos no mesmo ponto de base (início e fim da carreira) – formam as bordas retas.
- (ponto baixo, 2 correntinhas, ponto baixo) no ponto central – cria o pico do chevron.
2.2 Como o padrão se repete
A sequência base é: {pb, corr, pula 1} x4, pula 2, {pb, corr, pula 1} x4. Somando os pontos contamos 19 espaços. Acrescentamos 2 correntinhas a mais para garantir simetria. Esses números não são arbitrários; atendem ao balanço entre o aumento duplo do pico e a diminuição dupla do vale (pular 2).
“Quando você entende a matemática por trás do ponto, erros caem pela metade e o crochê flui quase no piloto automático.” – Em Eastmond, criadora do Meema Makes
2.3 Vantagens práticas
- Visual moderno sem pontos complexos.
- Ideal para iniciantes que já dominam correntinha e ponto baixo.
- Permite alternar cores em qualquer carreira sem diferenças de altura.
- Consome menos fio que pontos altos, tornando a manta mais leve.
- Perfeito para aproveitar sobras: cada repetição pode ter uma cor.
Assuntos Relacionados:
3. Passo a Passo da Corrente Inicial
3.1 Determinando o múltiplo
Para começar, some 19 correntes para cada chevron que deseja e acrescente +2 correntes finais. Exemplo: mantinha de bebê com 6 chevrons ⇒ 6 × 19 = 114, mais 2 = 116 correntinhas.
3.2 Execução detalhada
- Faça um nó corrediço confortável, deixando 10 cm de sobra.
- Laçe o fio e puxe, formando a primeira corrente.
- Mantenha tensão firme, mas não apertada, evitando que a primeira carreira enrole.
- Conte em voz alta ou use marcadores a cada 19 correntes.
- Quando atingir o número total, adicione 2 correntes extras.
- Vire o trabalho sem torcer a corrente – visualize o “V” perfeito.
- Posicione a agulha no 2.º ponto para iniciar a carreira 1.
3.3 Problemas mais comuns
Enrolamento da corrente e contagem errada são os vilões. Se enrolar, experimente agulha 0,5 mm maior somente para a corrente inicial. Caso esqueça um ponto, desfaça até antes do nó corrediço e refaça – não vale insistir, pois a manta ficará torta.
4. Execução da Primeira Carreira
4.1 Padrão escrito (Row 1)
2 pb no 2.º corr, {corr, pula 1, pb} ×4, pula 2, {pb, corr, pula 1} ×4, (pb, corr2, pb) no próximo ponto, {corr, pula 1, pb} ×4, pula 2, {pb, corr, pula 1} ×4; repita de * a * até restar 1 corr, 2 pb na última corr.
4.2 Demonstração prática
- 2 pb na 2.ª corrente conta como primeiro pico suave.
- Repita o bloco {corr, pula 1, pb} quatro vezes – você terá quatro quadradinhos vazados.
- Pule 2 correntinhas para criar o vale do chevron.
- Repita novamente o bloco de quatro quadradinhos.
- Chegou ao ponto central? Faça pb, corr2, pb no mesmo ponto.
- Siga repetindo até a penúltima corrente.
- Finalize com 2 pb juntos para borda reta.
4.3 Dica de medição
Ao concluir a carreira, estique levemente a amostra sobre uma mesa. As pontas devem alinhar sem estufar ou formar concha. Se notar curvatura, confira se você pulou exatamente dois pontos só nos vales.

5. Mudança de Cores sem Segredos
5.1 Técnica de Meema
A troca é feita ao finalizar a carreira: complete o último pb apenas até metade, laçe com a nova cor e arremate o ponto. Assim, a cor nova já sai pronta para a próxima carreira.
5.2 Exemplo prático
- No último pb da carreira, pare com duas alças na agulha.
- Pegue o fio da cor B, deixe 12 cm de sobra e passe pela laçada.
- Puxe firme para ajustar o ponto.
- Corte a cor A, mantendo 12 cm para arrematar depois.
- Vire o trabalho; inicie com corr 1 que não conta como ponto.
5.3 Arremate invisível
No final da manta, passe as pontas pelo interior dos pontos baixos em zigue-zague usando agulha de tapeçaria. Para projetos que vão à máquina, fixe com um nó de costura escondido.
Fio | Prós | Contras |
---|---|---|
Algodão 100% | Fresco, ideal para climas quentes | Pesa mais e desbota se secado ao sol |
Acrílico Premium | Leve, hipoalergênico, barato | Retém calor, pode formar pilling |
Blends Algodão/Acrílico | Equilíbrio de textura e leveza | Custo médio maior |
Lã Merino | Termorreguladora, macia | Preço alto, requer lavagem delicada |
Fios Reciclados | Sustentáveis, cores únicas | Variabilidade de espessura |
Bamboo Blend | Brilho natural, toque sedoso | Menor elasticidade |
6. Segunda Carreira e Repetição para Mantinha ou Colcha
6.1 Padrão escrito (Row 2)
Igual à carreira 1, mas você insere o gancho apenas em espaços de correntinha, não no ponto baixo. Isso mantém a textura de “tijolinho”.
6.2 Ritmo ideal
Depois de 3 ou 4 carreiras, memorize as contagens e trabalhe quase sem olhar. Muitos crocheteiros usam aplicativos de temperatura para definir a cor do dia. A dica é crochetar uma carreira por dia para não acumular.
6.3 Medidas de referência
- Manta de bebê: 6 chevrons × 100 cm de comprimento ≈ 800 g de fio médio.
- Manta de sofá: 9 chevrons × 140 cm ≈ 1 300 g.
- Colcha queen: 13 chevrons × 200 cm ≈ 2 200 g.
6.4 Lista numerada dos pontos de atenção
- Tensão constante em todas as carreiras.
- Contar quadradinhos a cada pico.
- Pular exatamente 2 espaços nos vales.
- Arrematar pontas a cada 10 carreiras para não desmotivar.
- Usar marcador no pico central para guiar a simetria.
- Bloquear a peça ao final para abrir o chevron.
- Registrar cores e datas em planilha ou bullet journal.
7. Erros Comuns, Dicas de Ouro e FAQ
7.1 Erros mais reportados
- Esquecer de pular dois pontos no vale → chevron perde definição.
- Trocar de cor no ponto errado → linha diagonal visível.
- Apertar as correntinhas de virada → peça começa a “embicar”.
- Não bloquear → ondas ficam fechadas e manta encolhe.
- Usar fios de espessuras distintas → chevron irregular.

7.2 FAQ – Perguntas Frequentes
1. Posso substituir ponto baixo por meio ponto alto?
Até pode, mas o visual mudará. O Moss Stitch depende da altura curta do pb para criar visual compacto.
2. Como adapto para fio fino (Category 2)?
Use agulha 3 mm e aumente o número de chevrons. Faça sempre amostra.
4. Preciso bloquear acrílico?
Sim, mas faça “steam blocking” suave. O calor redefine fibras sem deformar.
5. Qual a melhor agulha para mãos com artrite?
Agulhas ergonômicas com cabo emborrachado reduzem pressão. Tente Clover Soft Touch ou Tulip Etimo
6. Como calcular a quantidade de fio se uso sobras?
Some o peso das sobras, faça uma amostra 10 cm×10 cm, pese a amostra, extrapole para área final. Reserve 10% extra.
7. Dá para fazer cachecol com o mesmo padrão?
Sim! Basta iniciar com 2 ou 3 chevrons (40 ou 59 correntes) e seguir a receita, obtendo um cachecol ondulado.
7.3 Dica de ouro final
Monte um kit “on-the-go” com tesoura sem ponta, agulha extra e novelos menores enrolados em “bolas centro-pull”. Assim você mantém o ritmo diário do projeto, seja no ônibus ou na sala de espera.
Você acabou de percorrer um guia completo sobre o ponto de crochê Moss Stitch Chevron. Vamos recapitular:
- Materiais certos evitam dor de cabeça.
- Corrente inicial é múltiplo de 19+2.
- Primeira carreira define o visual; atenção aos vales e picos.
- Troca de cores deve ocorrer na última laçada para transição limpa.
- Repita carreira 2 até obter o tamanho desejado.
- Mantenha registro de cores e bloqueie a peça ao final.
Agora que você domina a técnica, que tal desafiar-se a começar hoje mesmo sua manta de temperatura ou usar aquelas sobrinhas de fio que lotam seu armário? Crédito especial ao canal love.life.yarn. by Amanda Saladin por compartilhar o padrão original. Bons pontos e até a próxima!