Petroleiro Boracay: França apreende navio da frota russa

Petroleiro Boracay: França apreende navio da frota russa — Tropas francesas abordaram o petroleiro Boracay, identificado como parte da “frota sombra” criada por Moscou para escapar das sanções impostas após a guerra na Ucrânia. O navio, que navega sob bandeira do Benim, está ancorado há alguns dias ao largo da Bretanha, oeste da França.
Segundo o presidente Emmanuel Macron, a tripulação cometeu “infrações graves”, embora detalhes não tenham sido divulgados. O Kremlin declarou não ter conhecimento da embarcação, que foi acompanhada por um navio de guerra francês após desviar sua rota originalmente prevista para a Índia.
Petroleiro Boracay: França apreende navio da frota russa
A Procuradoria de Brest abriu investigação por duas supostas violações: recusa de ordem de parada e ausência de comprovação da nacionalidade do pavilhão. Dados do Marine Traffic mostram que o Boracay deixou o porto russo de Primorsk em 20 de setembro, passou pelo Báltico, contornou a Dinamarca e entrou no Canal da Mancha antes de alterar o curso junto à costa francesa.
Autoridades europeias suspeitam de que o navio integre a “frota sombra” russa, estimada por Macron em 600 a 1.000 petroleiros registrados em terceiros países para mascarar origem e destino do petróleo. Em setembro, a embarcação — também chamada Pushpa e Kiwala — chegou a ser retida na Estônia por ausência de bandeira válida, permanecendo listada nas sanções do Reino Unido e da União Europeia.
A operação ocorre em meio à tensão provocada por voos de drones que fecharam aeroportos dinamarqueses na semana passada. Apesar de a Dinamarca ainda não ter provas diretas contra Moscou, líderes europeus discutem em Copenhague medidas de defesa conjunta, incluindo a criação de uma “muralha antidrone” nas fronteiras orientais do bloco.
Para o primeiro-ministro dinamarquês, Mette Frederiksen, apenas a Rússia demonstra disposição de ameaçar a Europa, exigindo “resposta firme”. Já analistas veem na interceptação do Boracay um recado claro de que a UE pretende endurecer a fiscalização marítima. Relato semelhante foi divulgado pela agência Reuters, reforçando o contexto das manobras.
Ainda não há informações sobre a carga transportada nem sobre possíveis ligações com os drones que sobrevoaram aeroportos na Dinamarca. O navio permanece sob custódia francesa enquanto as autoridades colhem depoimentos da tripulação e analisam documentos de registro.
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Crédito da imagem: AFP via Getty Images
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