Personagens de The Boys suscitam dúvidas desde a estreia da série no Amazon Prime Video: seriam eles baseados em pessoas reais? Declaradamente calcadas nos quadrinhos de Garth Ennis e Darick Robertson, as versões televisivas ganharam contornos próprios que aproximam seus heróis — e vilões — de figuras do mundo político contemporâneo.
A inspiração varia conforme o ponto de partida. Nos quadrinhos, Robertson afirmou ao site Retrofuturista que não havia intenção de satirizar indivíduos específicos, mas sim de desmontar convenções do gênero super-herói. Já na adaptação da plataforma de streaming, os produtores miraram referências muito mais diretas ao cenário atual.
Personagens de The Boys são inspirados em figuras reais?
O showrunner Erik Kripke confirmou à revista Rolling Stone que vê o Capitão Pátria como alegoria de Donald Trump. Na análise do roteirista, o personagem combina “fraqueza e insegurança” com “ambição devastadora”, traços que, em sua visão, definem o ex-presidente dos Estados Unidos. A força sobre-humana e o desejo incontido de liderança transformam essa mistura em algo “mortal”, segundo Kripke.
Firecracker e o espelho de Marjorie Taylor Greene
Em outra entrevista, concedida em março de 2025, Kripke revelou que a recém-chegada Firecracker, vista no spin-off Gen V, ecoa a deputada republicana Marjorie Taylor Greene. Conhecida por teorias conspiratórias e apoio irrestrito a Trump, Greene serviu de molde para a postura beligerante e o figurino da personagem, que inclusive copia o estilo de vestir do ex-presidente.
Quadrinhos focam em conceitos, não em pessoas
Apesar das referências televisivas, Robertson enfatiza que a HQ prioriza temas universais, como nacionalismo e interesses corporativos. O Capitão Pátria dos quadrinhos, por exemplo, parodia o arquétipo do herói patriótico — representado por ícones como Superman e Capitão América — ao adicionar camadas de niilismo e corrupção. “Queríamos imaginar como super-heróis realmente se encaixariam no mundo”, explicou o desenhista.
Adaptações ampliam o debate político
A escolha de Kripke por analogias explícitas indica que a temporada final de The Boys deve intensificar críticas a personalidades e movimentos políticos. Com o clima eleitoral dos Estados Unidos em ebulição, a recepção do público promete ser polarizada, mas a abordagem reforça o elemento satírico que consagrou a franquia.
No streaming, Gen V mantém o mesmo tom, misturando violência gráfica e dilemas estudantis para expor fraquezas humanas. A segunda temporada já está disponível no Prime Video, oferecendo um retrato caótico de jovens superpoderosos que disputam status, influência e relevância dentro da Universidade Godolkin.
Ao combinar inspiração conceitual dos quadrinhos com críticas diretas a figuras reais, The Boys e seu spin-off reafirmam que super-heróis podem ser espelhos distorcidos da sociedade. Para quem acompanha cultura pop e política, vale ficar atento às próximas revelações de Kripke.
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Crédito da imagem: Divulgação/Dynamite Entertainment