Fiocruz obtém patente de vacina mRNA e barateia produção

Fiocruz obtém patente de vacina mRNA e barateia produção

Patente de vacina mRNA da Fiocruz marca a primeira vez que o Brasil registra uma plataforma própria de RNA mensageiro, abrindo caminho para imunizantes nacionais mais rápidos e baratos.

Fiocruz obtém patente de vacina mRNA e barateia produção

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) conquistou a patente de uma plataforma de vacinas de RNA mensageiro (mRNA), desenvolvida pelo Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos). A inovação encerra a dependência de royalties pagos a laboratórios estrangeiros e consolida a instituição como centro de referência reconhecido pela Organização Mundial da Saúde.

Segundo a líder científica Patrícia Neves, a principal diferença do processo brasileiro é o envoltório lipídico que protege o mRNA. O formato, tamanho e composição dessa “capa de gordura” distinguem a plataforma nacional de alternativas comerciais, como a da Moderna, permitindo o registro de propriedade intelectual próprio.

Atualmente, a tecnologia serve de base para duas vacinas em desenvolvimento: uma contra a Covid-19 e outra contra a leishmaniose, doença endêmica na Amazônia. Os testes de segurança do imunizante contra o coronavírus já foram concluídos em animais e um pedido para iniciar ensaios clínicos em humanos deverá ser encaminhado à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) até o fim de 2023.

O governo federal estuda aplicar a mesma plataforma em pesquisas voltadas a câncer, zika, chikungunya e infecções respiratórias causadas pelo vírus sincicial respiratório. De acordo com Neves, após obter os insumos químicos — ainda importados devido à ausência de indústria de química fina nacional — o sistema pode ser adaptado a um novo patógeno em até três meses.

A assinatura da patente também cria oportunidades de exportação de tecnologia: o Panamá já manifestou interesse em parcerias com Bio-Manguinhos. Os recursos economizados com royalties poderão ser reinvestidos em pesquisa, acelerando o desenvolvimento de novos imunizantes e fortalecendo o parque farmacêutico brasileiro.

Com produção em escala industrial, a plataforma reforça a autonomia sanitária do país e responde a demandas estratégicas por vacinas mais acessíveis. A expectativa é de que o avanço reduza custos, encurte prazos de fabricação e amplie o alcance de campanhas de imunização em território nacional.

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Crédito da imagem: aprott/iStock

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