Parkinson expõe riscos fatais após morte de Ozzy Osbourne
A morte de Ozzy Osbourne, anunciada quatro anos depois do diagnóstico de doença de Parkinson, reacendeu o debate sobre o caráter potencialmente fatal desta patologia neurodegenerativa, que afeta cerca de dez milhões de pessoas em todo o mundo.
Impacto no cérebro e nos movimentos
O Parkinson compromete principalmente a substância negra, região cerebral responsável pela produção de dopamina. A diminuição deste neurotransmissor prejudica a comunicação entre cérebro e músculos, provocando tremores em repouso, rigidez, lentidão motora e perda de equilíbrio. Nos estágios iniciais, os sinais são discretos, como alterações na letra ou expressão facial; com a progressão, tarefas simples como caminhar ou engolir tornam-se difíceis.
Por que a doença pode ser fatal
Embora o Parkinson raramente provoque morte direta, a perda gradual de mobilidade enfraquece o organismo e abre caminho a complicações secundárias. Entre as mais comuns estão pneumonia aspirativa, infeções generalizadas, fraturas graves decorrentes de quedas e desnutrição. A imobilidade prolongada favorece ainda úlceras de pressão e tromboses, reduzindo a capacidade de recuperação do doente.
O caso Ozzy Osbourne
O vocalista britânico anunciou o diagnóstico em janeiro de 2020 e, desde então, relatou dificuldades para caminhar, dores constantes e episódios de fraqueza. A evolução dos sintomas levou ao cancelamento de digressões e afastamento progressivo dos palcos. Segundo familiares, o músico enfrentava limitações cada vez maiores, exemplificando o impacto sistémico do Parkinson em fases avançadas.
Tratamentos e investigação
Atualmente não existe cura. A terapêutica centra-se em fármacos dopaminérgicos, estimulação cerebral profunda e fisioterapia para aliviar sintomas. Ensaios com células-estaminais, imunoterapia e técnicas de edição genética, como CRISPR, procuram travar o processo degenerativo, mas ainda estão em fase experimental.
O desfecho de Ozzy Osbourne sublinha a necessidade de diagnóstico precoce, acompanhamento multidisciplinar e investimento contínuo em investigação, essenciais para reduzir o impacto e a mortalidade associados à doença de Parkinson.