Panorama das 10 maiores franquias multimídia do mundo e suas receitas bilionárias

O ranking das maiores franquias multimídia do planeta mostra como personagens e universos ficcionais extrapolaram seu formato original para dominar cinema, TV, quadrinhos, games e, sobretudo, o lucrativo mercado de produtos licenciados. Somadas, as dez marcas que encabeçam a lista movimentam centenas de bilhões de dólares e dão ao setor de entretenimento um status central na economia criativa contemporânea.

Como surgem as maiores franquias multimídia

Uma franquia multimídia se forma quando uma obra atinge popularidade suficiente para transitar por diferentes meios de comunicação. A expansão costuma seguir um roteiro previsível: sucesso inicial, licenciamento de direitos, produção de novos conteúdos em formatos diversos e, por fim, consolidação de linhas de produtos que sustentam a presença da marca no cotidiano do público. Cada etapa amplia o alcance cultural e, principalmente, o potencial de receita.

Os universos que alcançam o topo desse mercado costumam pertencer a conglomerados capazes de coordenar filmes, séries, publicações, jogos eletrônicos e colecionáveis em larga escala. A Disney, por exemplo, é proprietária de quatro dos dez nomes da lista, demonstrando como integração vertical e capilaridade de distribuição impulsionam o faturamento.

Critérios que definem uma franquia multimídia

Para ser classificada como franquia multimídia, a obra precisa existir em pelo menos três formatos distintos e contar com mais de uma produção em dois desses formatos. Esse recorte elimina projetos pontuais e garante que apenas universos sustentados por um ecossistema de conteúdo entrem no ranking. As estimativas de receita apresentadas a seguir foram extraídas do License Global’s Retail Report e do Visual Capitalist, fontes que compilam dados de licenciamento, bilheteria, vendas de jogos e demais canais de monetização.

Pokémon: líder absoluta entre as maiores franquias multimídia

Com aproximadamente 147 bilhões de dólares em receita acumulada, Pokémon mantém a liderança isolada desde a década de 1990. O maior pilar da marca é o licenciamento de produtos, responsável por 102,9 bilhões do total. Jogos eletrônicos contribuem com 27,6 bilhões, enquanto os cards colecionáveis respondem por 12,1 bilhões. Outras mídias, como longas-metragens e quadrinhos, complementam o portfólio, mas representam parcelas menores.

O sucesso sustentado decorre da atualização constante da linha de jogos principais, do lançamento recorrente de novos monstrinhos e da adaptação de conceitos para públicos variados, dos veteranos de portáteis aos novos fãs de dispositivos móveis. Esse modelo garante renovação de interesse e, consequentemente, de vendas em múltiplos mercados regionais.

Hello Kitty, Winnie the Pooh e Mickey Mouse: trio histórico entre as maiores franquias multimídia

Segunda colocada, Hello Kitty soma cerca de 89 bilhões de dólares, praticamente todos oriundos de merchandising. Criada em 1974 pela designer Yuko Shimizu, a simpática felina dispensa grandes produções cinematográficas ou de videogame para sustentar sua relevância. A estratégia foca em parcerias que vão de material escolar a colaborações com marcas de luxo, mantendo a personagem presente em diferentes faixas etárias e nichos de consumo.

Winnie the Pooh, na terceira posição, contabiliza 76 bilhões de dólares. O licenciamento de itens tem papel central, mas o legado do texto original de A. A. Milne, as animações, os filmes e publicações mantêm o ursinho e seus amigos visíveis geração após geração. Atualmente, os direitos pertencem à Disney, fator que reforça a distribuição global e alimenta novas linhas de produtos.

Mickey Mouse e Amigos aparecem logo em seguida, com 74 bilhões de dólares. Ícone máximo da Disney, o personagem impulsiona brinquedos, artigos domésticos, roupas e uma série contínua de animações. Embora bilheterias representem fração menor do montante, a constância de lançamentos garante visibilidade permanente e reforça o ciclo de consumo de produtos licenciados.

Star Wars, Anpanman e Disney Princess: expansão multiformato define valor de marca

Star Wars atinge aproximadamente 70 bilhões de dólares. Desse total, 42,2 bilhões vêm de produtos licenciados, 10 bilhões de bilheteria e 6 bilhões de jogos eletrônicos. A saga criada por George Lucas nasceu no cinema, mas hoje abrange quadrinhos, romances, séries televisivas, animações e parque temático, configurando um dos casos mais completos de transposição narrativa em múltiplas mídias.

Anpanman, apesar de pouco conhecido fora do Japão, movimenta cerca de 56 bilhões de dólares e ilustra a força do mercado infantil. Roupas, brinquedos, alimentos e materiais educativos estampam o herói de cabeça de pão em praticamente todos os cantos do cotidiano japonês. O personagem também figura em filmes, séries e jogos, mas o licenciamento continua sendo o eixo da receita.

A marca Disney Princess, que reúne protagonistas femininas de diferentes épocas, soma 46 bilhões de dólares. Vestuário, bonecas, material escolar e parcerias com empresas como Funko, Lego, Hasbro, Mattel e Fisher-Price ampliam a presença das princesas em diversos segmentos do varejo e reforçam o apelo junto ao público infantil.

Jump Comics, Super Mario e MCU: dos mangás e games ao cinema

O selo Jump Comics, ligado à editora Shueisha, reúne sucessos como Dragon Ball, One Piece, Naruto, Os Cavaleiros do Zodíaco, Yu Yu Hakusho, Yu-Gi-Oh!, Hunter x Hunter, Demon Slayer e Jujutsu Kaisen. O faturamento é estimado em 40 bilhões de dólares, impulsionado pela venda de mangás e, em segundo plano, por adaptações em jogos eletrônicos que mantêm os personagens ativos em múltiplos mercados.

Super Mario movimenta cerca de 38 bilhões de dólares. Desse montante, 32,4 bilhões provêm da venda de jogos, 4,3 bilhões do merchandising e uma fatia mais modesta de bilheteria, ainda que o longa recente tenha ampliado a exposição da franquia além do universo dos consoles. Cada lançamento da Nintendo eleva as vendas de hardware, software e colecionáveis associados ao encanador.

Fechando o top 10, o Universo Cinematográfico da Marvel (MCU) alcança aproximadamente 35 bilhões de dólares. As bilheterias somam mais de 22 bilhões, enquanto produtos licenciados respondem por 12,5 bilhões. Séries televisivas, jogos e conteúdos digitais complementam a presença dos heróis da editora, consolidando a franquia como uma das mais lucrativas da era moderna.