Ozempic ou Mounjaro: qual controla melhor diabetes?

Ozempic ou Mounjaro são hoje as duas terapias mais citadas quando o assunto é controle da diabetes tipo 2 e redução de peso.
Ambos atuam sobre hormônios que regulam a saciedade, mas diferem em composição, via de aplicação, resposta clínica e custo, fatores decisivos para médicos e pacientes.
Ozempic ou Mounjaro: qual controla melhor diabetes?
O Ozempic usa a semaglutida, agonista de GLP-1 aprovado em doses semanais de até 1 mg para diabetes. Na mesma molécula, a Novo Nordisk lançou o Wegovy, com até 2,4 mg, dedicado ao tratamento da obesidade. Já o Mounjaro contém tirzepatida, que combina ação em GLP-1 e GIP, dupla interação considerada avanço por ampliar a sensação de saciedade e melhorar a resposta glicêmica.
Estudos revisados pela American Diabetes Association apontam que a tirzepatida supera a semaglutida tanto na redução da hemoglobina glicada quanto na perda de peso, segundo a endocrinologista Lorena Lima Amato.
No Brasil, somente a semaglutida está disponível em comprimidos (Rybelsus); Ozempic e Mounjaro são injetáveis de aplicação semanal. A escolha da via – oral ou subcutânea – depende da aderência do paciente e da orientação médica.
Quanto aos efeitos adversos, náuseas, vômitos, diarreia e tontura aparecem em ambos. A tirzepatida, entretanto, pode provocar obstrução intestinal em casos raros. Monitoramento profissional é obrigatório desde o início da terapia.
Preço também pesa na decisão. Um mês de Mounjaro sai por cerca de R$ 1.400 no programa da farmacêutica Lilly, chegando a R$ 1.550 na loja física para a caneta de 2,5 mg. O Ozempic varia entre R$ 1.000 e R$ 1.300 nas mesmas condições. Programas de descontos e farmácias parceiras podem reduzir o impacto no orçamento.
Enquanto o Ozempic mantém resultados consistentes no controle da glicemia — e tem a perda de peso como efeito colateral positivo —, o Mounjaro demonstra queda mais acelerada no índice de massa corporal e glicose. Para quem busca primordialmente emagrecimento, a semaglutida em alta dose é oferecida no Wegovy, mas a prescrição continua ligada às particularidades de cada paciente.
Conclusão: não existe “melhor remédio” universal. A definição entre semaglutida ou tirzepatida exige avaliação clínica individualizada, levando em conta histórico de saúde, metas de peso, tolerância a efeitos adversos e capacidade financeira.
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Imagem: @stockking/Freepik
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