Orionídeas 2025: chuva de meteoros ligada ao cometa Halley poderá ser vista em todo o Brasil

Uma nova oportunidade de observação celeste começa nesta terça-feira, 21 de outubro de 2025: a chuva de meteoros Orionídeas. De acordo com o Projeto EXOSS, apoiado pelo Observatório Nacional, o fenômeno poderá ser acompanhado de todas as regiões do Brasil, desde que as condições meteorológicas colaborem. Ao longo das próximas madrugadas, fragmentos associados ao cometa Halley penetrarão na atmosfera terrestre, gerando os riscos luminosos que caracterizam a chuva.
- Quem promove o espetáculo no céu
- O que esperar durante o pico
- Quando e onde olhar
- Condições ideais de observação
- Aplicativos que auxiliam o acompanhamento
- Por que a edição de 2025 é considerada especial
- Processo físico por trás dos riscos luminosos
- A ligação com outras chuvas de meteoros
- Relevância para a comunidade astronômica brasileira
- Preparação final do observador
Quem promove o espetáculo no céu
Os protagonistas invisíveis por trás das trajetórias brilhantes são partículas deixadas pelo cometa Halley, corpo celeste que completa uma volta em torno do Sol a cada 75 ou 76 anos. Sempre que a Terra atravessa esse caminho repleto de detritos, parte dessas minúsculas rochas é atraída pela gravidade do planeta e se incinera no contato com as camadas superiores da atmosfera. O resultado observável recebe o nome de Orionídeas porque, da perspectiva terrestre, os meteoros parecem partir de uma área próxima à estrela Betelgeuse, na constelação de Órion.
O que esperar durante o pico
Em condições ideais de visibilidade, os observadores poderão registrar entre 15 e 20 meteoros por hora. Cada fragmento corta o céu a uma velocidade aproximada de 66 km/s, produzindo trilhas fugazes que duram frações de segundo. Esses números correspondem ao intervalo de maior atividade da chuva, previsto para as madrugadas de quarta-feira (22) e quinta-feira (23).
Quando e onde olhar
A recomendação dos especialistas é concentrar a observação entre a meia-noite e o amanhecer, com ênfase no período entre 0h e 2h. Nesse horário, o ponto de onde os rastros parecem se originar — o chamado radiante — atinge maior elevação, facilitando o registro de mais eventos. Apesar de o radiante situar-se a nordeste para quem se encontra no hemisfério sul, os meteoros podem surgir em qualquer direção, razão pela qual não é necessário fixar o olhar em um único ponto.
Condições ideais de observação
Alguns cuidados simples ampliam significativamente as chances de sucesso:
Escolher locais escuros: a poluição luminosa, presente principalmente em centros urbanos, reduz o contraste entre o céu e os riscos luminosos. Quanto maior a distância das luzes artificiais, mais nítido será cada traço.
Garantir um horizonte desobstruído: prédios, árvores ou montanhas podem ocultar parte da abóbada celeste. Um terreno plano ou um mirante aberto oferece o campo visual mais amplo.
Adaptar a visão: permanecer de 20 a 30 minutos no escuro permite que os olhos se ajustem à baixa luminosidade, realçando o brilho dos meteoros.
Dispensar equipamentos ópticos: binóculos e telescópios restringem o campo de visão e, neste caso, prejudicam a captura dos riscos repentinos. A observação a olho nu é suficiente.
Aplicativos que auxiliam o acompanhamento
Para quem deseja localizar a constelação de Órion ou monitorar o radiante com maior facilidade, softwares de planetário em dispositivos móveis podem ser úteis. Entre as opções mencionadas por astrônomos estão Stellarium, SkyView e Star Chart. Esses aplicativos sobrepõem as informações celestes à imagem capturada pela câmera do telefone, guiando o usuário de maneira intuitiva.
Por que a edição de 2025 é considerada especial
A expectativa por um espetáculo mais intenso neste ano está ligada às condições de iluminação natural. Durante o pico da chuva, a Lua estará em fase nova e apresentará apenas 2 % de seu disco iluminado, pondo-se cedo no horizonte. A ausência de luz lunar prolonga o período de céu escuro, circunstância que favorece a identificação de meteoros mais tênues e potencializa o total de riscos visíveis.
Processo físico por trás dos riscos luminosos
Os fragmentos deixados pelo cometa Halley variam de grãos microscópicos de poeira a pequenos pedregulhos. Ao entrar na atmosfera, eles sofrem atrito intenso com o ar rarefeito a dezenas de quilômetros de altitude. Esse atrito aquece rapidamente a superfície do fragmento, que se vaporiza em poucos instantes, criando a trilha incandescente popularmente chamada de “estrela cadente”. O fenômeno é breve, mas sua repetição sequencial confere o caráter de “chuva”.
A ligação com outras chuvas de meteoros
O cometa Halley não gera apenas as Orionídeas de outubro. Na primeira quinzena de maio, a Terra intercepta outra porção de detritos deixados pelo mesmo corpo celeste, originando a chuva Eta Aquáridas. Assim, embora o Halley seja visível da superfície apenas a cada sete ou oito décadas, seus vestígios proporcionam dois encontros anuais com o planeta.
Relevância para a comunidade astronômica brasileira
Instituições como o Projeto EXOSS e o Observatório Nacional utilizam eventos desse tipo para estimular a observação, coletar dados e aprimorar modelos de dinâmica meteórica. A possibilidade de acompanhar a chuva em todo o território nacional amplia a base de participantes, inclusive amadores, que podem reportar contagens de meteoros, direções de origem e outros detalhes quantitativos.
Preparação final do observador
Antes de sair de casa, vale verificar a previsão do tempo para garantir céu limpo, condição indispensável. Roupas confortáveis para o período noturno, repelente contra insetos e uma cadeira reclinável contribuem para uma sessão mais longa de observação. Com esses cuidados simples e as orientações de horário, qualquer interessado tem a oportunidade de assistir ao tráfego veloz de até 20 detritos por hora, sem intermediários e sem custos.
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