Origem da Amazônia volta ao centro do debate científico após um estudo publicado na revista Science indicar dois eventos decisivos: o impacto do asteroide que eliminou os dinossauros e a posterior invasão do Mar do Caribe no norte da América do Sul.
Ao analisar 50 mil grãos de pólen fossilizado e 6 mil folhas preservadas, pesquisadores de universidades dos Estados Unidos, Europa e China concluíram que o choque cósmico, ocorrido há 66 milhões de anos, remodelou a vegetação local. As gimnospermas, então predominantes, foram substituídas gradualmente pelas angiospermas, plantas com flores e frutos que hoje dominam a floresta.
Origem da Amazônia: asteroide e Caribe moldaram bioma
Além do cataclismo, mudanças geológicas — como o soerguimento de cadeias montanhosas e a alteração do curso dos rios — ampliaram nichos ecológicos, favorecendo a explosão de biodiversidade que caracteriza a região. O paleontólogo Carlos Jaramillo, do Instituto Smithsonian de Pesquisa Tropical, afirmou que o Caribe “invadiu a costa norte do continente e derramou-se na Amazônia ocidental”, criando extensos pântanos estuarinos entre 23 e 5 milhões de anos atrás.
A hipótese ganha respaldo em pesquisa liderada pelo geólogo Roberto Ventura Santos, da Universidade de Brasília. O grupo aponta que organismos marinhos teriam alcançado a floresta não apenas pelo norte, mas também pelo sul, reforçando o papel decisivo das incursões oceânicas na formação do bioma.
Hoje, a Amazônia abriga cerca de 40 mil espécies de plantas, 425 de mamíferos e 2,5 mil de peixes. Contudo, especialistas lembram que vastas áreas permanecem inexploradas, abrindo espaço para novas descobertas sobre sua evolução. Mais detalhes sobre os métodos e conclusões podem ser conferidos na publicação original da Science, considerada referência em pesquisas de alto impacto.
A compreensão da origem da Amazônia não é mera curiosidade acadêmica; ela orienta estratégias de conservação num momento em que o bioma enfrenta pressões sem precedentes. Ao revelar como eventos passados moldaram o presente, os cientistas oferecem pistas valiosas para proteger a floresta que influencia o clima global.
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Imagem: PARALAXIS/Shutterstock