Ofensiva terrestre em Gaza: Israel avança sobre Gaza City

Ofensiva terrestre em Gaza marca novo capítulo no conflito Israel-Hamas. Nesta terça-feira (data local), o Exército israelense ingressou em Gaza City, principal centro urbano do território palestino, forçando a fuga de milhares de moradores enquanto bombardeios intensos atingiam a região.

Veículos carregados de colchões e utensílios formaram longas filas na estrada costeira, mas estimativas militares indicam que centenas de milhares de civis ainda permanecem na cidade. Segundo as Forças de Defesa de Israel (FDI), o objetivo é “destruir a infraestrutura militar do Hamas”, sem prazo definido para o término da operação.

Ofensiva terrestre em Gaza: Israel avança sobre Gaza City

Autoridades israelenses calculam que entre 2.000 e 3.000 combatentes do Hamas ainda atuem em Gaza City, sobretudo em túneis. Mesmo enfraquecido após quase dois anos de confrontos, o grupo mantém ataques de guerrilha, plantando explosivos e lançando investidas pontuais contra postos militares antes de recuar.

Enquanto tanques avançavam dos arredores para o centro, hospitais relataram ao menos 69 mortos nas primeiras horas da incursão. O Hospital Shifa recebeu 49 corpos, incluindo 22 crianças, além de dezenas de feridos, disse o médico Rami Mhanna. Al-Ahli registrou 17 vítimas e Al-Quds, três. “A noite foi infernal; as explosões não cessaram”, afirmou o diretor do Shifa, Mohamed Abu Selmiya.

No mesmo dia, especialistas independentes contratados pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU acusaram Israel de genocídio em Gaza — denúncia rechaçada por Tel Aviv, que classificou o relatório como “distorcido e falso”. A repercussão internacional cresce: relatório da ONU destaca preocupação com a escalada da crise humanitária.

Antes do início da ofensiva, cerca de 1 milhão de palestinos viviam na região de Gaza City. A ONU estima que mais de 220 mil já deixaram o norte do enclave no último mês; Israel fala em 350 mil deslocados apenas nos últimos dias. Um mapa divulgado pelas FDI sugere que, ao fim da operação, o Exército pretende controlar quase toda a Faixa de Gaza, exceto uma faixa litorânea.

Nos bastidores diplomáticos, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, alertou sobre “janela muito curta” para um acordo que encerre a guerra. Em visitas relâmpago a Israel e Catar, ele reiterou que o Hamas deve ser “desarmado”, mas reconheceu que o tempo para uma solução negociada está se esgotando. Países árabes, reunidos em cúpula no Catar, condenaram os bombardeios, porém não anunciaram medidas concretas contra Israel.

Familiares de 48 reféns israelenses ainda mantidos em Gaza protestaram em frente à residência do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. Eles pedem a suspensão imediata da ofensiva, temendo que os prisioneiros sejam usados como escudos humanos. Israel acredita que ao menos 20 reféns continuam vivos.

A ofensiva terrestre em Gaza aprofunda a instabilidade regional, amplia a crise humanitária e distancia a perspectiva de cessar-fogo, enquanto pressões internas e externas sobre Israel e Hamas se intensificam.

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Crédito da imagem: Globalnews.ca

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