Nvidia injeta R$ 5,3 bilhões na Nokia para impulsionar redes 6G baseadas em inteligência artificial

Nvidia injeta R$ 5,3 bilhões na Nokia para impulsionar redes 6G baseadas em inteligência artificial

Um aporte de US$ 1 bilhão da Nvidia na Nokia, revelado durante a GTC 2025, inaugura uma colaboração destinada a antecipar a era do 6G com recursos avançados de inteligência artificial.

Índice

Parceria anunciada na GTC 2025

Na terça-feira, 28 de outubro de 2025, a Nvidia utilizou seu palco na conferência GTC 2025 para detalhar um acordo estratégico com a Nokia. O anúncio, feito em meio às apresentações sobre inovação em computação acelerada, estabelece a união entre a fabricante de hardware gráfica e a empresa de telefonia finlandesa. O valor do investimento chega a US$ 1 bilhão, quantia que corresponde a aproximadamente R$ 5,3 bilhões na cotação atual. A iniciativa tem como foco o desenvolvimento de redes móveis preparadas para inteligência artificial, projetadas para a futura geração 6G.

Montante bilionário e metas do projeto

O capital aplicado servirá como alicerce para pesquisas, testes de campo e criação de infraestrutura convergente. Nvidia e Nokia definiram como objetivo acelerar a implantação de uma conectividade que, segundo especialistas, deverá se tornar comercial apenas entre 2028 e 2030. As empresas pretendem usar o aporte para reduzir etapas de prototipagem e aproximar a fase de padronização global, etapa considerada essencial para a interoperabilidade de equipamentos e a adoção em larga escala.

AI-RAN: a nova suíte de produtos da Nvidia

Parte central do acordo é a disponibilização do conjunto AI-RAN, recém-introduzido pela Nvidia. A linha foi concebida para operar com a arquitetura de núcleos CUDA, empregada tradicionalmente em aceleradores gráficos da companhia. Ao incorporar software RAN (Radio Access Network) diretamente nessa arquitetura, a suíte oferece capacidade de processamento intensiva, condição vista como determinante para lidar com as demandas de latência ultrabaixa e alta largura de banda previstas para o 6G.

A proposta da AI-RAN é integrar funções de rede e tarefas de aprendizado de máquina em um mesmo ambiente de execução. Isso elimina a necessidade de componentes adicionais dedicados apenas à camada de rádio, elevando a eficiência energética e reduzindo custos operacionais. A suíte também viabiliza a execução de algoritmos de otimização em tempo real, ponto considerado crítico para manter a estabilidade de conexões que poderão atingir múltiplos gigabits por segundo.

Integração com a infraestrutura RAN da Nokia

A Nokia, detentora de um extenso portfólio em equipamentos para redes móveis, incorporará a AI-RAN à infraestrutura RAN já existente em seu catálogo. Segundo as empresas, a plataforma contará com os aceleradores Grace e Blackwell, atualmente os processadores de inteligência artificial mais potentes da Nvidia. Esses chips, concebidos para data centers de alto desempenho, serão adaptados a estações-rádio e unidades de edge computing, permitindo processamento local de pacotes de dados e reduzindo a dependência de núcleos centrais distantes.

Além da camada de acesso, o acordo cobre iniciativas conjuntas em comutação de data centers. As duas companhias planejam adotar arquiteturas otimizadas para tráfego orientado a IA, garantindo que ambientes de núcleo de rede e nuvens privadas possam lidar com a volumetria de dados projetada para a próxima geração de conectividade.

Testes de campo programados para 2026

A operadora norte-americana T-Mobile foi anunciada como parceira inicial de testes. A expectativa é iniciar experimentações em redes vivas já em 2026, nos Estados Unidos. O cronograma prevê validação de desempenho, robustez e integração com hardware legado. Os resultados obtidos deverão orientar ajustes de firmware, ajustes de software e aprimoramentos na topologia de antenas antes que as soluções avancem para avaliações pré-comerciais.

Cronograma global para o 6G

Apesar do entusiasmo em torno do acordo, analistas indicam que o 6G ainda se encontra a vários anos de distância do consumidor final. Projeções correntes apontam 2028 ou, em cenários mais conservadores, 2030 como marcos prováveis para o lançamento comercial. Nesse ínterim, a indústria deve adotar etapas intermediárias, frequentemente chamadas de 5.5G, que aproveitarão avanços incrementais sobre as redes 5G já instaladas.

Essas fases transitórias têm a finalidade de manter os investimentos das operadoras rentáveis, ao mesmo tempo que oferecem ganhos de velocidade e latência menores do que os prometidos para o 6G completo. A harmonização regulatória e a definição de bandas de frequência seguem em debate em organismos internacionais de padronização, processos que podem influenciar diretamente o ritmo de adoção.

Desafios herdados do 5G e expectativas moderadas

A transição para o 6G ocorre em um cenário de recepção considerada morna para o 5G. Diversos mercados observaram que a experiência do usuário não evoluiu na mesma proporção das promessas de marketing, sobretudo devido à necessidade de instalação de um número maior de antenas e à complexidade de densificar áreas urbanas. Esse histórico levou a uma postura mais cautelosa de operadoras e órgãos reguladores, que agora buscam comprovar benefícios tangíveis antes de comprometer novos ciclos de capital intensivo.

Embora o 6G prometa velocidades superiores e suporte a aplicações imersivas, como realidade estendida e Internet tátil, a expectativa é de que a adoção dependa diretamente da maturidade dos casos de uso e da viabilidade econômica de atualizar a infraestrutura existente. Nesse contexto, a parceria entre Nvidia e Nokia se apresenta como uma tentativa de oferecer ganhos de eficiência por meio da convergência entre processamento de IA e funções de rede, reduzindo barreiras de custo e complexidade.

Reação imediata do mercado financeiro

O anúncio influenciou o desempenho das ações da Nvidia, que registraram valorização superior a 3 % no pré-mercado. A movimentação reforça a confiança dos investidores na estratégia da companhia de expandir sua presença além do segmento de placas gráficas tradicionais. Caso a tendência positiva prossiga, a Nvidia pode se aproximar da marca histórica de US$ 5 trilhões em valor de mercado, patamar jamais alcançado por uma empresa até o momento.

A Nokia, por sua vez, obtém acesso privilegiado a soluções de computação de ponta, fator que pode fortalecer sua posição em licitações futuras de infraestrutura. A sinergia obtida ao combinar expertise em redes móveis com plataformas de IA abre espaço para que ambas as empresas influenciem a definição de requisitos técnicos do 6G ainda nas etapas de padronização.

Panorama geral do acordo

Com a injeção financeira bilionária e a integração da suíte AI-RAN, Nvidia e Nokia iniciam uma colaboração que pretende alinhar processamento de inteligência artificial às demandas de rádio da próxima geração móvel. A execução de testes de campo já em 2026, a utilização de chips Grace e Blackwell em estações-base e a previsão de chegada comercial entre 2028 e 2030 compõem o roteiro divulgado pelas empresas. Enquanto o 6G não se materializa para o usuário final, a iniciativa sinaliza uma rota de desenvolvimento que prioriza eficiência, automação e convergência entre nuvem e borda de rede.

zairasilva

Olá! Eu sou a Zaira Silva — apaixonada por marketing digital, criação de conteúdo e tudo que envolve compartilhar conhecimento de forma simples e acessível. Gosto de transformar temas complexos em conteúdos claros, úteis e bem organizados. Se você também acredita no poder da informação bem feita, estamos no mesmo caminho. ✨📚No tempo livre, Zaira gosta de viajar e fotografar paisagens urbanas e naturais, combinando sua curiosidade tecnológica com um olhar artístico. Acompanhe suas publicações para se manter atualizado com insights práticos e interessantes sobre o mundo da tecnologia.

Conteúdo Relacionado

Deixe um comentário

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.

Go up

Usamos cookies para garantir que oferecemos a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você está satisfeito com ele. OK