Novo hatch da Fiat chegará em 2026 e inaugura família de veículos populares brasileiros

Novo hatch da Fiat será produzido em 2026 na fábrica de Betim (MG) e dará início a uma inédita família de veículos populares que incluirá SUV, cupê e picape, segundo o anúncio oficial da Stellantis para a América do Sul.

Anúncio oficial do novo hatch da Fiat para 2026

O presidente da Stellantis para a América do Sul, Herlander Zola, comunicou que a Fiat colocará nas ruas, em 2026, um novo hatch da Fiat direcionado ao segmento de compactos de apelo popular. A declaração confirma que o futuro modelo sairá das linhas de montagem da planta de Betim, em Minas Gerais, estrutura fabril onde a companhia concentra parte expressiva de sua produção brasileira.

A confirmação encerra a expectativa iniciada pela exibição do conceito Dolce Camper no Salão do Automóvel de São Paulo 2025, evento que sinalizou os rumos de design e de proposta de uso para a próxima geração de produtos da marca. Com a informação oficial, o hatch se torna o primeiro integrante de uma nova gama planejada para o mercado nacional, composta ainda por um utilitário-esportivo, um cupê e uma picape.

Plataforma STLA Small e investimento de R$ 14 bilhões em Betim

A produção do novo hatch da Fiat será parte central de um pacote de investimentos de aproximadamente R$ 14 bilhões destinados à fábrica de Betim. O aporte contempla adaptações de infraestrutura, aquisição de equipamentos e atualização de processos voltados à adoção da plataforma modular global STLA Small. Trata-se de uma evolução, ao menos no nome, da base CMP atualmente empregada em modelos como Peugeot 208, Citroën C3, C3 Aircross e Basalt fabricados em Porto Real (RJ).

Ao migrar para a STLA Small, o futuro compacto aproveitará soluções de engenharia que permitem maior flexibilidade de carroceria e suporte a sistemas de propulsão eletrificados, abrindo espaço para a evolução gradual dos níveis de eficiência energética dentro do portfólio nacional da marca. Parte da quantia investida também garantirá a adequação da linha a outras configurações previstas para os modelos derivados, como o inédito SUV de sete lugares, o cupê Fastback de segunda geração e a próxima Strada.

Conjunto mecânico: motores 1.0 Firefly e opção híbrida leve

O esquema de motorização do novo hatch da Fiat foi delineado em duas frentes. Para as variantes de entrada, a companhia utilizará o conhecido motor 1.0 Firefly, que entrega 75 cv de potência e 10,7 kgfm de torque. O propulsor mantém a estratégia de oferecer bom rendimento aliado a custos operacionais adequados ao consumidor que privilegia baixo gasto de manutenção e economia de combustível.

Para versões superiores, o modelo receberá a mesma solução híbrida leve de 12 volts já presente nos utilitários Pulse e Fastback. Neste caso, a associação ocorrerá com o motor 1.0 T200, calibrado para gerar 130 cv. A combinação visa melhorar respostas em aceleração e reduzir consumo, utilizando o sistema elétrico auxiliar para auxiliar partidas do motor a combustão, enviar torque adicional em situações pontuais e recuperar energia em desacelerações.

Estratégia de portfólio: sucessor do Argo e rival dos compactos Polo, HB20 e Onix

Quando desembarcar nas concessionárias, o novo hatch da Fiat assumirá a posição hoje ocupada pelo Argo, que será aposentado. Embora a fabricante não tenha divulgado a denominação comercial destinada ao mercado brasileiro, a imprensa especializada aponta que o projeto corresponde à versão nacional do Grande Panda europeu. Visualmente, deverá conservar traços que remetem à estética de um utilitário-esportivo, mas sem o nome do produto gravado nas portas, elemento presente no modelo vendido na Europa.

A missão do futuro compacto inclui a manutenção da sólida presença da Fiat no segmento de hatches pequenos — categoria dominada por rivais como Volkswagen Polo, Hyundai HB20, Chevrolet Onix e concorrentes de produção regional semelhante. O lançamento buscará responder diretamente às demandas de preço, conectividade e economia, componentes considerados decisivos pela marca para defender participação de mercado em um nicho altamente disputado.

O posicionamento de preço, os equipamentos de série e as opções de motorização foram concebidos para equilibrar custo-benefício e tecnologia, fatores que o consumidor brasileiro tem valorizado na hora da compra. Ao mesmo tempo, a adoção da plataforma STLA Small permitirá modular espaço interno e acabamento, elementos que, segundo a Stellantis, são vitais para que o veículo alcance níveis de competitividade compatíveis com os padrões globais do grupo.

Calendário de lançamentos: SUV de sete lugares, Fastback de segunda geração e Strada renovada

Além do novo hatch da Fiat, o investimento reservado para Betim prevê o desenvolvimento de mais três veículos até 2029. O próximo passo será em 2027, quando chegará às vitrines um SUV inédito de sete lugares identificado pelo codinome F2U. Derivado do Citroën Aircross, o utilitário terá dimensões próximas às do modelo francês: cerca de 4,40 m de comprimento, 1,75 m de largura, 1,66 m de altura e 2,68 m de entre-eixos. A intenção é posicioná-lo acima do Pulse, oferecendo alternativa maior dentro do catálogo da marca para famílias que demandam cabine ampliada.

Em 2028, será a vez da segunda geração do Fastback, projeto F2X. O cupê-SUV migrará para a plataforma Smart Car da Stellantis, abandonando a arquitetura MLA. Essa troca proporcionará ganho de espaço interno, resultando em distância entre-eixos próxima a 2,60 m, superior aos 2,53 m atuais. A reformulação deverá refletir a evolução da identidade visual vista no conceito Dolce Camper apresentado anteriormente.

O encerramento do ciclo ocorrerá em 2029, com o início da produção da terceira geração da Strada. A picape, líder de vendas da categoria, adotará a mesma plataforma modular compartilhada com a nova família e incluirá o sistema híbrido leve de 12 V. A modernização representará avanço significativo frente à geração atual e permitirá que o utilitário seja ofertado também em mercados europeus, ampliando o alcance comercial do produto fabricado em Minas Gerais.

O que esperar até 2029 na linha Fiat

Com o lançamento do novo hatch da Fiat em 2026, Stellantis inaugura um ciclo de veículos que sustentarão a presença da marca em diferentes segmentos do mercado brasileiro. A plataforma STLA Small, somada ao investimento bilionário, servirá de base de engenharia para adaptar carrocerias de estilos variados, viabilizando produção local de hatch, SUV, cupê e picape em intervalos programados de três anos.

O planejamento conecta a atualização do portfólio à introdução gradual de tecnologias de propulsão eletrificada, começando pelo sistema híbrido leve de 12 V e avançando para configurações mais eficientes conforme as demandas regulatórias e de consumo evoluam. Entre 2026 e 2029, os consumidores podem aguardar a expansão do uso dessa solução em toda a linha, reforçando a estratégia de eletrificação anunciada pela empresa.

O caminho traçado pela Fiat culminará, portanto, em 2029, data em que a terceira geração da Strada iniciará produção em Betim, completando a implementação do pacote de investimentos previstos.