Netanyahu ameaça novos ataques ao Hamas no exterior

Netanyahu afirmou nesta segunda-feira (8) que os principais dirigentes do Hamas “não terão imunidade onde quer que estejam”, sinalizando a possibilidade de novos ataques a alvos do grupo fora das fronteiras israelenses.

O primeiro-ministro deu a declaração em coletiva conjunta com o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, em Jerusalém, uma semana após o bombardeio que matou seis pessoas em Doha, capital do Catar, aliado estratégico de Washington.

Netanyahu ameaça novos ataques ao Hamas no exterior

Questionado sobre eventual participação norte-americana na operação no Catar, Netanyahu foi taxativo: “Fizemos sozinhos. Ponto final.” A ação provocou condenação internacional, inclusive do presidente dos EUA, Donald Trump, e reacendeu debates sobre o alcance da autodefesa israelense.

Rubio tentou minimizar o impacto diplomático, dizendo que os EUA mantêm “relações sólidas com nossos parceiros do Golfo”. O Catar abriga a maior base aérea americana na região e atua como mediador indireto entre Hamas e Israel no conflito de Gaza. Analistas ouvidos pela BBC avaliam que a tensão pode dificultar futuras negociações de cessar-fogo.

Paralelamente, líderes árabes realizam uma cúpula de emergência em apoio ao Catar. O premiê catariano acusou Israel de “padrões duplos” e pediu sanções internacionais contra o governo de Jerusalém.

Além do ataque em Doha, Netanyahu e Rubio discutiram planos militares para a tomada de Gaza City e a ampliação de assentamentos na Cisjordânia ocupada. No fim de semana, o Exército israelense demoliu mais edifícios residenciais na região e prepara ofensiva terrestre nos bairros ocidentais da cidade. O IDF calcula que 250 mil palestinos já fugiram; dezenas de milhares permanecem, citando falta de recursos ou insegurança no sul da Faixa.

A expansão de assentamentos ganhou força após a aprovação final do projeto E1, que ligará blocos judaicos e, segundo críticos, partirá a Cisjordânia em dois. “Não haverá Estado palestino. Esta terra nos pertence”, declarou Netanyahu ao assinar a medida.

Enquanto isso, cresce a expectativa para a próxima sessão da Assembleia-Geral da ONU. Reino Unido, França, Canadá, Austrália e Bélgica podem reconhecer formalmente a Palestina, intensificando o debate interno em Israel sobre anexação.

Rubio encerra a visita participando da inauguração da “Estrada da Peregrinação” no parque arqueológico Cidade de Davi, em Jerusalém Oriental ocupada. Organizações palestinas acusam o projeto de usar arqueologia para fortalecer reivindicações territoriais israelenses.

Em meio ao impasse diplomático, Netanyahu repetiu que a parceria com os EUA é “tão durável quanto as pedras do Muro Ocidental”, metáfora que reforçou durante visita ao local sagrado, onde Rubio depositou um bilhete tradicional.

Para especialistas, a retórica do premiê indica que futuras incursões contra chefes do Hamas em países terceiros não estão descartadas, ampliando o risco de novos atritos regionais.

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Crédito da imagem: Prime Minister’s Office de Israel

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