Negociações sobre a Ucrânia: líderes pressionam Trump

Negociações sobre a Ucrânia: líderes pressionam Trump

Negociações sobre a Ucrânia: a Casa Branca recebe hoje uma reunião inédita que coloca Donald Trump, Volodymyr Zelensky e sete líderes europeus frente a frente para decidir os rumos da guerra contra a Rússia.

Negociações sobre a Ucrânia: líderes pressionam Trump

Convocada inicialmente como um encontro bilateral entre Trump e Zelensky, a agenda evoluiu para um verdadeiro minissummit. Representantes do Reino Unido, França, Alemanha, Itália, Finlândia, União Europeia e OTAN viajaram de última hora a Washington, sinalizando a gravidade do impasse de três anos.

Trump chega à mesa sob pressão de cumprir a promessa de campanha de “resolver o conflito no primeiro dia”. Após reunião com Vladimir Putin no Alasca, o presidente norte-americano passou a exigir que Kiev abandone a ambição de ingressar na OTAN e reconheça a anexação da Crimeia por Moscou. A nova postura, vista como alinhamento aos interesses russos, alarma as capitais europeias.

Zelensky, por sua vez, enfrenta o dilema de manter território sem perder respaldo internacional. Ceder Donetsk e Luhansk significaria renunciar a áreas defendidas por milhares de soldados desde 2022 e abrir espaço para futuras ofensivas russas. O líder ucraniano insiste que qualquer concessão territorial só é concebível com garantias de segurança robustas — algo que a OTAN ofereceria, mas Trump descarta.

Segundo o enviado especial da Casa Branca, Steve Witkoff, Washington estudaria “garantias de segurança a longo prazo para a Europa”, ainda sem detalhes. É justamente essa nebulosidade que motiva a visita coletiva: europeus querem compromissos claros contra novas agressões russas e rechaçam a ideia de rediscutir fronteiras à força, lembrando o histórico de conflitos no continente.

Sem representação russa na reunião, Moscou confia que seus interesses já estarão contemplados. O Kremlin espera ver confirmada a exclusão da Ucrânia da OTAN e o controle total do Donbas, enquanto observa se a pressão levará Trump a abandonar as negociações, deixando Kiev e Europa por conta própria. Analistas ressaltam que o simples fato de tantos chefes de governo serem recebidos simultaneamente ilustra o risco de um vácuo de segurança transatlântico.

Para especialistas ouvidos pela BBC News, o desfecho do dia poderá redefinir não apenas o conflito, mas também o papel dos EUA na defesa europeia nas próximas décadas.

No encerramento do encontro, espera-se um comunicado conjunto. Até lá, impasses sobre cessar-fogo, status territorial e garantias militares seguem em aberto, tornando esta segunda-feira decisiva para o futuro da Ucrânia — e da ordem internacional.

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Crédito da imagem: AFP via Getty Images

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