Negociações da ONU sobre tratado global do plástico encerram sem consenso

Negociações da ONU sobre tratado global do plástico encerram sem consenso

As conversas internacionais para elaborar um acordo vinculante que enfrente a poluição plástica terminaram sem acordo na madrugada desta sexta-feira (17). A sexta rodada de negociações, realizada em Genebra desde segunda-feira, reuniu delegações de quase 180 países, mas terminou em impasse entre um grupo de cerca de 100 nações que defende limitar a produção de plástico e grandes produtores de petróleo que preferem focar em reciclagem.

Índice

Divisão entre redução de produção e reciclagem

De um lado, países como Reino Unido e integrantes da União Europeia pressionaram por metas globais para restringir a fabricação de resinas plásticas e padronizar o design de embalagens, facilitando a reciclagem. Do outro, nações ricas em petróleo — entre elas Arábia Saudita, Rússia e Kuwait — argumentaram que investimentos em coleta de resíduos e infraestrutura de reaproveitamento seriam suficientes para conter a crise.

A presidência das negociações, exercida pelo embaixador equatoriano Luis Vayas, chegou a divulgar um novo rascunho de texto na noite de quinta-feira. O documento pedia que cada país adotasse medidas próprias para lidar com substâncias químicas nocivas e para tornar os produtos mais recicláveis, mas não estabelecia cortes obrigatórios na produção. Mesmo assim, representantes sauditas e kuwaitianos classificaram o processo como “problemático” e afirmaram que suas posições não foram refletidas.

Pressão de cientistas e empresas

O número global de plásticos passou de 2 milhões de toneladas em 1950 para cerca de 475 milhões em 2022. Pesquisadores alertam que a reciclagem responde por apenas 10% desse volume — mesmo que esse índice dobrasse nas próximas décadas, milhões de toneladas continuariam a ser descartadas em rios, solos e oceanos.

Grandes marcas de bens de consumo, como Nestlé e Unilever, apoiaram o bloco que pede redução de produção e mecanismos de responsabilidade estendida, propondo uma pequena taxa sobre itens plásticos para financiar a coleta. O grupo empresarial afirma que essa medida poderia gerar US$ 576 bilhões em receitas adicionais até 2040.

Reação dos países vulneráveis

Estados-insulares do Pacífico, representados por Palau, lamentaram a falta de progresso. “Retornamos repetidamente para casa sem resultados para mostrar ao nosso povo”, disse a delegação, lembrando que esses territórios contribuem pouco para o problema, mas sofrem de forma desproporcional com a poluição marinha.

Próximos passos

Sem consenso, o cronograma original — que previa a adoção do tratado até o fim de 2023 — continua atrasado. A presidência anunciou que uma nova sessão será marcada, mas ainda não definiu data nem local.

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O futuro das negociações permanece incerto, mas diplomatas destacam que a urgência de um acordo global se mantém diante da escalada na produção de plástico e dos riscos crescentes à saúde humana e aos ecossistemas.

Com informações de BBC News

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Imagem: bbc.com

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