Navalny foi envenenado na prisão, afirma viúva

Navalny foi envenenado na prisão, afirma viúva. A russa Yulia Navalnaya revelou que exames realizados em laboratórios de dois países, com amostras biológicas contrabandeadas, concluíram que o líder opositor Alexei Navalny morreu por envenenamento enquanto cumpria pena em uma colônia penal no Ártico, em 16 de fevereiro de 2024.

Em vídeo publicado nas redes sociais, Navalnaya declarou que os institutos estrangeiros confirmaram “assassinato” do ativista de 47 anos, preso havia três anos por acusações que ela classifica como forjadas. Os nomes dos laboratórios e o agente tóxico usado não foram divulgados, mas a viúva desafiou as instituições a tornarem públicos os relatórios.

Navalny foi envenenado na prisão, afirma viúva

Segundo Navalnaya, a equipe do Fundo Anticorrupção (FBK) conseguiu “obter e transferir com segurança” o material biológico logo após a morte do opositor. Ela argumenta que motivos “políticos” impedem a divulgação completa dos laudos neste momento, mas sustenta ter “fundamentos morais” para cobrar transparência e responsabilizar diretamente o presidente Vladimir Putin.

Testemunhos de funcionários da colônia penal, relatados pela viúva, indicam que Navalny passou mal após uma caminhada ao ar livre. De volta à cela, teria sentido fortes dores, convulsões e vômito. A ambulância só teria sido chamada 40 minutos depois, e o atestado oficial mencionou “síndrome da morte súbita” associada a arritmia.

O Kremlin se limitou a dizer, por meio do porta-voz Dmitry Peskov, que “não está ciente” das afirmações de Navalnaya. Já organizações internacionais, como a Amnesty International, vêm reiterando pedidos de investigação independente sobre o falecimento do opositor, que sobreviveu a um envenenamento com agente Novichok em 2020.

A morte de Navalny eliminou o principal símbolo da oposição interna ao governo russo. Muitos de seus aliados estão presos ou exilados, e protestos de grande escala não ocorrem desde então. Navalnaya, que vive fora da Rússia com os dois filhos, prometeu continuar denunciando abusos e pediu apoio da comunidade internacional.

No vídeo, ela conclui que “não ficará em silêncio” e convoca os laboratórios a revelar a verdade. “Alexei era um símbolo de esperança para um futuro melhor”, disse.

Para aprofundar o tema da repressão e dos impactos políticos na Rússia, confira mais análises em nossa editoria de Notícias e Tendências e siga acompanhando nossos conteúdos.

Crédito da imagem: Reuters

Posts Similares

Deixe uma resposta

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.