Nato intercepta aviões russos que invadiram o espaço aéreo da Estônia durante 12 minutos sobre o Golfo da Finlândia, na sexta-feira (5). O governo estoniano classificou o episódio como “sem precedentes” e solicitou consultas do Artigo 4 da aliança militar.
De acordo com o Ministério das Relações Exteriores de Tallinn, três caças russos MiG-31 voaram sem plano de voo, transponders desligados e sem comunicação com o controle de tráfego aéreo local. As aeronaves foram primeiro identificadas por jatos finlandeses; em seguida, caças italianos F-35, destacados pela missão Baltic Air Policing, escoltaram os intrusos para fora do território estoniano.
Nato intercepta aviões russos em espaço aéreo da Estônia
A porta-voz da aliança, Allison Hart, afirmou que a “resposta imediata” demonstra a capacidade da Nato de reagir a “mais um exemplo do comportamento imprudente da Rússia”. O primeiro-ministro estoniano, Kristen Michal, confirmou que o país acionou o Artigo 4, mecanismo que convoca consultas de urgência entre os 32 membros, incluindo Estados Unidos e a maioria das nações europeias. Mais detalhes sobre o dispositivo podem ser conferidos no site oficial da Nato.
Em nota, o chanceler Margus Tsahkna descreveu a incursão como “extremamente provocativa” e pediu “aumento rápido da pressão política e econômica” contra Moscou. Segundo ele, o espaço aéreo estoniano já foi violado quatro vezes em 2025. A Rússia não comentou o incidente.
As tensões entre Moscou e a aliança ocidental cresceram desde a invasão da Ucrânia em 2022. Só na última semana, Polônia e Romênia relataram drones russos em suas fronteiras, o que levou a Nato a deslocar mais tropas e aviões para o flanco leste. Para o ministro da Defesa estoniano, Hanno Pevkur, “o foco na defesa da região precisa ser reforçado” para manter a “porta de entrada” fechada.
Líderes europeus ecoaram a preocupação estoniana. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, prometeu “responder a cada provocação com determinação”, enquanto a diplomata Kaja Kallas disse que Vladimir Putin “testa a determinação do Ocidente”.
Com os recentes episódios envolvendo drones e caças, analistas veem a movimentação russa como tentativa de sondar a prontidão da aliança. A Nato, por sua vez, reforçou patrulhas com aviões do Reino Unido, França, Alemanha e Dinamarca, além de manter alerta permanente no Báltico.
O episódio reforça a necessidade de vigilância contínua na região e evidencia a importância do Artigo 4 como ferramenta de coordenação defensiva entre os aliados.
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Crédito da imagem: BBC