MP-SP pede prisão preventiva de ex-funcionário que facilitou maior ataque bancário no Brasil

São Paulo, 25 de julho de 2025 — O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) requereu a prisão preventiva de João Nazareno Roque, de 48 anos, apontado como cúmplice no maior ataque informático já registado contra o sistema financeiro brasileiro. O pedido baseia-se no risco de fuga e na possível destruição de provas.

Do acesso interno ao desvio de milhões

Roque, detido a 4 de julho na zona norte da capital paulista, trabalhava no sector de TI da C&M, empresa responsável por serviços Pix para o banco BMP. Segundo a investigação, o ex-funcionário vendeu as suas credenciais aos atacantes por 5 mil reais e recebeu mais 10 mil pela criação de um sistema que permitiu o desvio de fundos.

A intrusão ocorreu entre 29 e 30 de junho, quando foram detetadas movimentações suspeitas nas contas da BMP. Em poucas horas foram retirados cerca de 500 milhões de reais do banco e de pelo menos outras seis instituições. Novas denúncias indicam que o prejuízo total poderá superar mil milhões de reais.

Medida cautelar sem prazo definido

João Nazareno cumpre atualmente prisão temporária, válida por até 30 dias. Com a conversão para preventiva, poderá permanecer detido até conclusão do processo. O MP-SP também solicitou a abertura de um inquérito adicional por alegada associação criminosa, dada a atuação concertada com outros participantes ainda não identificados.

Elementos recolhidos apontam para uma preparação de vários meses, uso do Telegram para recrutar informadores e troca de telemóvel quinzenal por parte do suspeito para evitar rastreamento. As autoridades mantêm o caso sob sigilo e procuram identificar os hackers que efetivamente acederam aos sistemas da C&M.

Próximos passos da investigação

A Polícia Civil de São Paulo continua a reunir depoimentos de empresas lesadas e a analisar registos de transações no Pix. Delegados indicam que novos indícios poderão ampliar a lista de empresas afetadas e de envolvidos, enquanto o Ministério Público sustenta que a detenção preventiva é essencial para proteger a ordem económica e garantir a integridade das provas.

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