Ministro israelense diz que novo assentamento “sepultará” ideia de Estado palestino

Quem: Bezalel Smotrich, ministro das Finanças e líder da ala ultranacionalista do governo de Israel.

O que: Anunciou a retomada do projeto E1, que prevê a construção de 3.401 moradias entre Jerusalém e o assentamento de Maale Adumim, na Cisjordânia ocupada.

Quando: Declaração feita nesta segunda-feira (data local) em coletiva de imprensa.

Onde: Jerusalém, na presença do presidente do Conselho Yesha (organização de colonos) e do prefeito de Maale Adumim.

Por que é relevante: A área é considerada estratégica; segundo críticos, o empreendimento cortaria a continuidade territorial palestina e inviabilizaria um futuro Estado independente.

Detalhes do anúncio

Smotrich afirmou que a construção “sepultará a ideia de um Estado palestino”, porque, em suas palavras, “não há nada nem ninguém a reconhecer”. O ministro definiu o projeto como “sionismo em sua melhor forma: construir, povoar e fortalecer nossa soberania na Terra de Israel”. O plano estava congelado havia duas décadas devido à forte pressão internacional.

Reações internacionais

O governo dos Estados Unidos reiterou que “uma Cisjordânia estável mantém Israel seguro e favorece a paz regional”. Já a Comissão Europeia declarou rejeitar “qualquer mudança territorial que não faça parte de um acordo político”. O Reino Unido e a França anunciaram recentemente intenção de reconhecer um Estado palestino ainda este ano, movimento que Smotrich classificou como “não vai acontecer”.

Críticas de ONGs e autoridades palestinas

A organização israelense Peace Now acusou o gabinete de Benjamin Netanyahu de “aprofundar a anexação” e bloquear a solução de dois Estados. O Ministério das Relações Exteriores palestino qualificou o plano como “extensão de crimes de genocídio, deslocamento e anexação”.

Contexto dos assentamentos

Atualmente, cerca de 700 mil colonos israelenses vivem em 160 assentamentos distribuídos pela Cisjordânia e Jerusalém Oriental — territórios pleiteados pelos palestinos para um futuro país. A maioria da comunidade internacional considera essas construções ilegais, posição respaldada por parecer consultivo da Corte Internacional de Justiça.

O E1 liga fisicamente Maale Adumim a Jerusalém, separando o norte e o sul da Cisjordânia e impedindo a ligação contínua entre Ramallah, Jerusalém Oriental e Belém. Esses fatores levam especialistas a afirmar que o empreendimento inviabilizaria a criação de um Estado palestino viável.

Pressão crescente

Após o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, Israel intensificou restrições na Cisjordânia, alegando motivos de segurança. Em junho, o Reino Unido sancionou Smotrich e o ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, por “incitação repetida à violência contra comunidades palestinas”.

O congelamento de 20 anos do E1 pode chegar ao fim se o governo israelense levar adiante o cronograma de licenciamento. Analistas afirmam que a decisão testará o grau de tolerância de aliados ocidentais e poderá impactar futuras iniciativas diplomáticas na região.

Com o anúncio, o panorama para uma solução negociada permanece incerto, enquanto cresce a pressão de organismos internacionais por avanços concretos rumo à paz.

Com informações de BBC News

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Imagem: bbc.com

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