Milhares protestam em Jerusalém contra plano israelita de ocupar Gaza City
Milhares de pessoas saíram à rua em Jerusalém para contestar a decisão do governo israelita de avançar com a ocupação total de Gaza City. A marcha dirigiu-se à residência do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, exigindo o abandono da estratégia aprovada pelo gabinete de segurança.
Manifestação em Jerusalém
Entre os participantes esteve o antigo militar Max Kresch, que empunhava um cartaz com a inscrição «I refused». Em declarações à imprensa, Kresch afirmou representar «mais de 350 soldados» que combateram na guerra e que se recusam a continuar a «servir numa guerra política de Netanyahu». A mobilização não se limitou à capital; manifestações paralelas decorreram em Haifa e Telavive, revelando um descontentamento alargado em vários pontos do país.
Condenação internacional
A decisão de alargar a ofensiva em Gaza foi qualificada pelas Nações Unidas como uma escalada significativa, com o organismo a alertar para «consequências catastróficas» sobre civis palestinianos e reféns israelitas detidos na Faixa de Gaza. Vários governos — Reino Unido, França, Austrália, Turquia, Alemanha, Finlândia e Canadá — juntaram-se às críticas, apelando a Telavive para recuar no plano militar.
Os cinco princípios do executivo israelita
O plano ratificado pelo gabinete de segurança assenta em cinco pontos centrais. O primeiro prevê o desarmamento total do Hamas. O segundo exige a libertação de todos os reféns israelitas. Em terceiro lugar, o governo pretende a desmilitarização completa da Faixa de Gaza. O quarto ponto refere-se à tomada do controlo de segurança de todo o território pelas forças israelitas. Por fim, o executivo pretende instituir uma «administração civil alternativa» que não inclua nem o Hamas nem a Autoridade Palestiniana.
Os manifestantes em Jerusalém consideram que estes princípios, na prática, representam uma ocupação prolongada que poderá agravar a violência e prolongar o conflito. Segundo os organizadores, o protesto pretendeu mostrar que existe oposição interna substancial ao rumo escolhido pelo governo.
Apesar da pressão crescente, o gabinete de Netanyahu manteve a posição de que o plano é indispensável para garantir a segurança de Israel. Até ao momento, Telavive não indicou qualquer alteração de estratégia face às críticas internas e internacionais.

Imagem: bbc.com