Microsoft firma contrato de US$ 9,7 bilhões com a IREN e garante chips Nvidia para turbinar a nuvem de IA

Microsoft firma contrato de US$ 9,7 bilhões com a IREN e garante chips Nvidia para turbinar a nuvem de IA

A Microsoft firmou um compromisso de US$ 9,7 bilhões com a operadora de data centers IREN para assegurar, pelos próximos cinco anos, o acesso aos processadores Nvidia GB300. O pacto, revelado em 3 de junho, soma‐se a uma série de movimentos da gigante de tecnologia para ampliar a capacidade de computação dedicada à inteligência artificial (IA) em meio a uma procura global que atualmente supera a oferta disponível nos grandes serviços de nuvem.

Índice

Contrato bilionário: valores, duração e condições de pagamento

O entendimento entre as duas empresas estabelece a entrega escalonada dos chips até 2026 e envolve um pré‐pagamento equivalente a 20 % do valor total. Essa antecipação financeira confere à Microsoft prioridade de fornecimento e instalação dos equipamentos, condição considerada estratégica diante da alta demanda por unidades de processamento gráfico (GPUs) de última geração.

Ao limitar o período do acordo a cinco anos, as companhias criam um horizonte definido para implementar, testar e escalar as cargas de trabalho de IA sem comprometer a flexibilidade de atualizar a tecnologia ao fim do ciclo. Internamente, o contrato foi estruturado para permitir a instalação faseada nos próximos trimestres, reduzindo riscos logísticos e distribuindo o desembolso de capital de forma mais equilibrada.

Expansão da infraestrutura de IA na Azure

O aporte tem como objetivo principal aumentar a potência de processamento disponibilizada pela plataforma Azure a empresas e desenvolvedores que executam modelos de IA de alta complexidade. Entre os usuários atendidos nessa frente está a OpenAI, parceiro de destaque da Microsoft no fornecimento de modelos generativos.

Nos últimos meses, a companhia de Redmond reconheceu limitações para entregar capacidade computacional à altura da procura. A contratação de infraestrutura adicional na IREN responde, portanto, a uma necessidade operacional imediata, evitando gargalos que poderiam atrasar projetos empresariais baseados em IA e, por consequência, comprometer receitas ligadas a novos serviços cognitivos na nuvem.

Instalações no Texas: campus de 750 MW em Childress

Os chips Nvidia serão alocados no complexo da IREN localizado em Childress, Texas. O campus possui 750 megawatts (MW) de capacidade, configurando‐se como um dos maiores empreendimentos do gênero em território norte‐americano. A distribuição dos processadores ocorrerá em fases, dentro de um cronograma que se estende até 2026, o que possibilita ajustar a infraestrutura elétrica, de refrigeração e de rede conforme o incremento de carga computacional.

Além desse local, a IREN conduz a implantação de um hub de 2 gigawatts (GW) em Sweetwater, também no Texas. Embora esse segundo projeto não faça parte direta do contrato anunciado, ele suscita interesse de potenciais clientes para implementações de larga escala em IA, evidenciando um ambiente favorável a futuras expansões alinhadas à mesma lógica de fornecimento por leasing.

Receita projetada para a IREN

De acordo com declaração do diretor‐executivo Daniel Roberts, o acordo tem potencial para gerar cerca de US$ 1,94 bilhão em receita anual quando estiver completamente operacional. Esse montante corresponde a aproximadamente 10 % da capacidade total da empresa, deixando margem para atender outros clientes e diversificar contratos em paralelo.

Ao alocar somente uma fração de sua infraestrutura para a Microsoft, a IREN mantém flexibilidade para negociar com novos interessados, equilibrar riscos e ampliar o faturamento sem depender de um único parceiro. Esse posicionamento reforça a tese de negócios das chamadas neoclouds, que combinam ativos de data center de alto desempenho com serviços de leasing sob demanda.

Neoclouds: evolução de mineradoras de Bitcoin para infraestrutura de IA

A IREN integra um conjunto de operadores denominado neoclouds, ao lado de nomes como CoreWeave, Nebius, Crusoe e Nscale. Muitas dessas empresas tiveram origem no segmento de mineração de Bitcoin, atividade intensiva em energia que utiliza hardware semelhante em arquitetura — sobretudo placas gráficas — para resolver algoritmos criptográficos.

Com o crescimento explosivo da IA, essas companhias direcionaram know‐how em gestão de grandes parques computacionais para atender demandas corporativas por GPUs especializadas. A transição lhes permitiu aproveitar infraestrutura existente e, simultaneamente, capturar valor em um mercado que passou a remunerar de forma superior a disponibilidade de poder de processamento para treinar e inferir modelos de aprendizado de máquina.

Reação do mercado financeiro

Logo após a divulgação do contrato, as ações da IREN avançaram aproximadamente 18 % no pré‐mercado da Nasdaq. Em 2024, os papéis da companhia já acumulam valorização superior a 500 %, impulsionados tanto pelo acordo com a Microsoft quanto pela evolução do setor de IA e pela ascensão da própria Nvidia, que alcançou capitalização de mercado de US$ 5 trilhões.

Esse desempenho evidencia a percepção de investidores de que a oferta de infraestrutura avançada de IA constitui um diferencial competitivo e, potencialmente, um motor de receitas recorrentes de longo prazo. A confirmação de um contrato multibilionário com uma das maiores empresas de tecnologia do mundo reforça essa narrativa e tende a consolidar a posição da IREN entre os principais provedores de computação de alta performance.

Acordo paralelo com a Dell Technologies

Em complemento à parceria com a Microsoft, a IREN mantém um contrato com a Dell Technologies para aquisição de chips Nvidia e equipamentos associados, totalizando US$ 5,8 bilhões. Embora os dois acordos sejam independentes, a combinação amplia o volume de hardware à disposição da operadora, diversifica a carteira de fornecedores de soluções complementares e mitiga riscos associados a restrições de componentes específicos.

Com dois grandes compromissos financeiros em vigor — somados, superiores a US$ 15 bilhões — a IREN posiciona‐se para acelerar a instalação de clusters GPU‐intensivos e oferecer capacidade sob medida para workloads de IA variando de treinamento a inferência em tempo real.

Desafios de capacidade enfrentados pela Microsoft

A Microsoft recorre a contratos de leasing com provedores especializados para contornar limitações na própria malha de data centers. A abordagem é citada internamente como solução para lidar com o volume crescente de solicitações de clientes que, em muitas regiões, supera a disponibilidade de recursos da Azure.

Ao externalizar parte da infraestrutura, a empresa minimiza o tempo de expansão, contorna gargalos na cadeia de suprimentos e preserva capital para investimentos em pesquisa, software e serviços de camada superior. O acordo com a IREN encaixa‐se nessa estratégia, fornecendo acesso a GPUs de ponta sem exigir a construção imediata de novas instalações próprias.

Calendário de implantação e perspectivas

O cronograma estabelecido projeta a instalação gradual dos chips Nvidia GB300 entre 2024 e 2026. Cada fase inclui integrações de hardware, testes de estabilidade, configuração de rede de alta velocidade e implementação de sistemas de resfriamento compatíveis com densidade térmica elevada.

A conclusão do processo dentro do prazo é essencial para que a Microsoft atenda às projeções de demanda por serviços cognitivos, enquanto a IREN consolida um ciclo de receita progressivo que cresce à medida que novas remessas entram em operação. A disponibilidade de espaço adicional no campus e o projeto de 2 GW em Sweetwater sinalizam capacidade de expansão futura sem interrupção das operações atuais.

Resumo dos principais pontos do acordo

• Valor global: US$ 9,7 bilhões.
• Equipamentos: processadores Nvidia GB300.
• Duração: cinco anos, com entregas até 2026.
• Pré‐pagamento: 20 % efetuado pela Microsoft para assegurar fornecimento.
• Receita estimada para a IREN: US$ 1,94 bilhão ao ano após plena implementação.
• Local: campus de 750 MW em Childress, Texas, com projeção de uso de apenas 10 % da capacidade total da operadora.

Com esses elementos, Microsoft e IREN firmam um pacto que combina capital, infraestrutura e escala para acompanhar a rápida evolução dos modelos de inteligência artificial e suprir a demanda crescente por poder de processamento especializado.

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